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Mostrando postagens de março, 2015

Palácio de papelão

Chovia cântaros, e os carros passavam pela avenida guinchando a água das ruas para fora dos sulcos de seus pneus. O barulho era como ondas, regadas pelos semáforos de muitas esquinas para trás que regulavam a vazão dos carros em ondas mais ou menos uniformes e ainda assim, orgânicas.  A grama carcomida pelo descaso que não crescia, mas sobrevivia em meio à tóxica praça entre a avenida e movimentadas saídas e conexões com o centro. Era uma ilha de um verde feio, quase pior que se fosse só cimento, com uma única árvore tão fina e tão sem folhas, que mais parecia um galho caído plantado para se parecer à uma árvore. Ao seu lado, um conjunto de elegantes caixas de papel, papelão e plástico contrastavam a elegância de seus produtos desenhados em suas laterais, com o abrigo improvisado de um morador e seu cão.  Dentre os carros, seus condutores tão apressados quase não divisavam aquela construção em meio à praça, não importa a velocidade que passassem, fosse no rush parado dos finai...