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Mostrando postagens de abril, 2013

3D Master, um dos pilares de Single Source of Truth

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Para ler o artigo na íntegra acesse:  http://www.cadxpert.com.br/ideias/3d-master-conheca-um-dos-pilares-de-single-source-of-truth/

Uma noite infernal - aventura solo (incompleta)

01 - Numa noite quente, mas com muito vento, você está só em sua casa. Por horas, você ignorou os ruídos estranhos, associando-os ao vazio da sua casa, filmes de terror e a falta de luz. Faz seis horas que faltou força, e você já não sabe o que fazer. O calor lhe permitiu um banho frio, e quase todas as tranqueiras que tinham na geladeira, até mesmo uma maçã, você já comeu. O tédio só foi rompido, quando o barulho em seu portão ficaram impossíveis de serem ignorados. As batidas que pareciam monótonas e constantes, como se fossem o vento golpeando algo contra as grades, porém, logo, as batidas ficaram descompassadas e mais rápidas. Seu coração tenta sair pela boca, quando o portão começou a estalar e ranger diante das pancadas. O que você faz? 02-Verificar o portão 03-ligar para a polícia 04-Ignorar mais um pouco 02 - O portão está com muito barulho, e você decide investigar. Da porta da sala você vê parcialmente o carro, dentre a escuridão do quintal coberto por telhas e a rua es

Viagem ao Rio Grande do Sul - novembro de 2012

O trabalho trouxe meu corpo a Porto Alegre, mas foi a cultura e a beleza do estado do Rio Grande do Sul que trouxe minha alma para cá. Na viagem à pequena cidade de Nova Bassano, um ponto no Google Maps mesmo no zoom máximo, há três horas da capital, a paisagem idílica e a troca de experiências com pessoas que já passaram mais tempo por aqui me ensinaram muito deste povo com uma consciência social e orgulho de seu estado. Ainda que a saída da cidade tenha um trecho feio, ao pegar-se a estrada, além de um número obsceno de radares também nota-se o cuidado que cada gaucho tem com sua casa e sua cidade. As casas, mesmo as mais modestas, têm suas cerquinhas pintadas de branco e um gramado exemplarmente aparado. Vi uma casa dois idosos tomando chimarrão à beira da estrada num jardim que daria inveja à parques de São Paulo. Verdade que a natureza da região ajuda, um lugar o de azaleias nascem e florescem como capim criam uma cerca ao redor da estrada tão linda como o passo de uma igreja

Eu queria uma guerra

Eu queria guerra. Morro por um ideal. "O senhor da guerra, não gosta de crianças". Sabem às vezes tudo que eu queria era uma boa guerra... Não estas guerras guerras covardes que vemos hoje, com armas que matam mais espectadores que soldados, mas uma gerra de verdade, com espadas, escudos e talvez, talvez, um machado. Eu queria uma guerra, destas que me fizessem sangrar e sofrer, que me tomassem alguns dentes ou ainda me perfurassem um pulmão, que eu matasse ou, ou  até mesmo morresse. Não me importaria. Mas que eu lutasse por algo que eu acreditasse, mesmo me descobrindo errado depois, que eu lutasse por minha esposa ou terras, mas que eu lutasse, e salvasse feridos e dançasse ao redor de fogueirab, danças ritualísticas  dos que venceram, a dança aos que morreram. ''Sei o que devo defender, e por amor e eu temo o que agora se desfaz." Vencer ou perder não me importa, mas sangrar, lutar, ter fé, por qualquer coisa que fosse já bastaria, já seria melho

Resenha: Liberal Libertário Libertino, Alex Castro

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Alex Castro ([2]http://www.interney.net/blogs/lll/) uma vez publicou em seu blog sua rotina em Nova Orleans, onde é professor de literatura latina (espanhol e português), realiza seu mestrado em literatura na sua tese sobre a literatura feita na era escravista e o constante trabalho de escritor e artista independente, para seu blog e para seus livros e romances, e eu desde então não consigo pensar em nada além disso. Sua excepcional rotina de despertar, tomar o café lendo jornal, dar suas aulas, ler o livros densos de literatura e pela tarde produzir a SUA literatura me apaixonou. É linda, é acadêmica e é livre. Milhares de pessoas têm rotinas e horários que podem dar inveja a tantas pessoas, mas a do Alex Castro é especial, por que aquilo que ele produz desta rotina é algo que eu admiro muito, a sua literatura. Seus textos sabem conversar com o leitor, sejam ficções, sejam confissões, seu senso de humor sutil, às vezes sarcástico, permeia seus textos, e sua produção é linda. Mes

Sobre meu livro de RPG...

Este jogo foi escrito originalmente num Palm, e como um passa tempo enquanto o metrô me transportava de um lado para o outro, fui escrevendo artigos que buscavam explicar o que é o RPG, para eventualmente publicá-los no meu blog. OS artigos, como se espera de uma série, logo fizeram sentido serem unidos num PDF e disponibilizados para Download, como um RPG pronto e curto, para ser jogado. E aí nasce o mal. Para publicá-lo na Internet, eu quis primeiro revisá-lo, acrescentar algumas coisas e mudei isso e aquilo, e o resultado ficou sendo um cruzamento entre Vampiro, a máscara, DAEMON RPG e Defensores de Tóquio. Todos estes RPG’s são melhores que o meu, e sim, sem querer, ou deliberadamente, como é o caso da tabela de armas de fogo, eu acabei emprestando um elemento de algum destes jogos. E a evolução de personagem do D&D. Não fiz por mal, fiz por querer costurar regras, que mantivessem o jogo simples, e ao mesmo tempo, crível, verossímil. Ah, sim, usei também a ta

Fazer nada na natação...

Não era só na praia que o tempo parecia durar muito. Tinham as aulas, claro. Todos pensam que por que eu era um CDF, as aulas corriam para mim como se fossem dias de férias, quando na verdade eram domingos de chuva. As aulas, principalmente de história, levavam vinte dias para passar na minha infância, mas nenhuma relação foi de mais amor e ódio do que a natação. Quando eu era pequeno, eu fazia natação, e inglês, e atividades extras na escola. E jogava bola com os amigos, e tinha o RPG. E fazia as lições. E estudava para o vestibulinho, em casa, quando eu era menos criança. Passei em terceiro no vestibulinho da ETE Albert Einstein, lá na distante Casa Verde. E pegava ônibus às 6 da manhã, para chegar antes das 7. Era divertido. Difícil mesmo era minha relaçõa com a natação. Eu gostava de nadar, mas não gostava de fazer 20 chegadas só braço, e mais 20 chegas só perna, e mais 20 chegas só braço de costas, e mais 20 chegadas só perna de costas. Era chato. Muito chato. E minha mente vi

Coisas da infância

Saudades das tardes incríveis e longas na praia, em janeiros, quando eu era criança e podia brincar e todo o quarteirão onde ficava meu prédio. Todinho. Dava voltas e voltas de bicicleta. Tínhamos uma casa, destas que os banhistas nunca apareciam, que usávamos o quintal como base de nosso clube. Era um nome pior que o outro, Clube da Caveira Sangrenta. Clube dos Radicais. Em janeiros éramos uma matilha de crianças, andando de bicicleta, brigando, nos separando e nos unindo. Os dias eram incríveis. Longos que não dava para acreditar, como depois do almoço, jogávamos RPG até o sol abaixar. Íamos então de bicicleta, de Solemar até Caiçara. Comíamos um espetinho de camarão e voltávamos. Era hora do futebol. Jogávamos futebol na praia. Até o sol sumir e ficar impossível ver a bola. E então voltávamos para casa, cansados, perdendo ou ganhando, não importava. Para o banho, jantar e as brincadeiras de esconder. Levava 3 dias para acabar cada tarde, na nossa mente de criança. Tristes, só os

João Bobo

Fazer aniversário nos faz recordar de nossa infância. Como aquele desespero por ser grande, por ser adulto, se converte nesta nostalgia de ser criança? Não posso reclamar do meu aniversário, foi lindo, e minha família foi presente como há tempos não conseguíamos nos reunir. Mas que houveram fatores que me fizeram lembrar da infância como nunca, houveram... Quando criança, eu tinha vinil, uma espécie de CD gigante, que era tocado por uma agulha, num tocador de discos. Meu Vinil infantil, de um grupo gaúcho, incluía uma música chamada João Bobo, e era mais ou menos assim: "a gente punha na mão, um pedido e um tostão, mas João Bobo não trazia, era mesmo atrapalhado, era um menino gozado". Ontem, casualmente, acordei com duas mãos esquerdas. Tomando banho, quebrei o espelho de me barbear no chuveiro. Minha esposa, editando nosso PodCastellano, não me escutava pedindo por socorro e por um rodinho no banheiro, e la vou eu, todo ensaboado e pingando, buscar um na lavanderia. Pas

Tiradentes...

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É o feriado do ano que mais vou sentir falta, dentre todos, o dia que eu deixar o Brasil. Não sou muito ligado à datas comemorativas. Acho que devemos recordar-las. Viver-las. Contar para os mais novos por que este dia ou aquele é importante. Mas no fundo, o que acontece a cada feriado, é uma fuga em massas para as praias. Encher o rabo de areia e água salgada. Independência do país? Praia! Proclamação da república? Praia! Dia do trabalho? Praia! Mas Tiradentes, com ou sem praia, vou sentir falta. Tiradentes, ou Joaquim José da Silva Xavier, nasceu em 16 de agosto de 1746 e foi dentista, onde nasceu sua alcunha, mas foi também comerciante, mineiro e um líder político. Foi dele que a inconfidência mineira se originou. Um movimento que queria combater o imposto "abusivo" que Portugal queria cobrar das colônias, um imposto chamado de "O quinto", ou seja, 20% sobre as produções do país. Ele morreu em 21 de abril de 1792, com 46 anos, enforcado, foi esquartejado

Vou-me embora para Pasárgoda

Hoje não tem texto. Hoje não tem criação. Hoje só tem a fuga, uma fugidinha breve, leve, fulgás. Só Manuel Bandeira me entende. E nem ele está por aqui mais. Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconseqüente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d'água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente na

Tormenta - O jogo de computador, vai acontecer.

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Recentemente eu falava sobre o círculo virtuoso. O processo de um produto nacional gerar um spin-off, que gera pesquisa e desenvolvimento, e novos produtos e assim, a cada etapa do processo, mais pessoas são envolvidas e novas pesquisas são realizadas. Recentemente eu criticava a falta de iniciativas no país. Eu até mesmo achei que apoiei uma causa perdida, mas a verdade, é que o jogo superou as expectativas, deu a volta por cima e o jogo acontecerá. Eis a carta que eu recebi deles:

A velha Palm...

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Cadastrei meu velho Palm no computador, para fazer download dos artigos que eu escrevo no meu bloco de notas. Gosto de escrever minhas crônicas no Palm ainda. A sensação de escrever é indescritível. Mas indescritível mesmo, é descobrir que meu velho Palm ainda recebe o mesmo email de 2008, quando você cadastra o aplicativo... O site da Palm não existe mais, foi absorvido pela HP. Não há atualizações para a Palm, mesmo as que existiam, sumiram do radar. Mas o email de marketing, esse, segue implacavelmente funcionando. Será que tem alguém pagando por isso ainda?

Memórias de uma viagem

Minha primeira viajem grande, por assim dizer foi, paradoxalmente, para a pequena cidade de Jacarezinho, no Paraná, cidade natal da família da minha mãe, embora hoje eu não saiba de parentes por lá. Fui para lá várias vezes, nas primeiras, de ônibus, eu era tão novo que só sei por depoimentos da minha mãe o que eu fazia ou pensava. Lembro, por exemplo, da minha mãe dizer que a primeira vez que fui para lá de ônibus, ainda bebê, que eu chorei tanto que não deixei ninguém dormir nas seis horas de viajem. Anos depois eu já tenho vaga lembrança de estarmos eu e meu irmão do meio no mesmo ônibus, comendo chocolate BIS numa viajem noturna e tranquila  embora minha mãe afirme que nesta viajem teria sido meu irmão quem não deixou ninguém dormir, mas eu não lembro disso. Minhas lembranças de ''outro solo'' são muito misturadas, misturadas entre as novidades de outro povo, com os parentes que eu descobrindo. Eu era bem novo e era difícil separar o que era novidade de terra

Uma breve e curiosa nota...

Os textos desta semana foram escritos em 2008 e foram esquecidos num backup de um velho Palm meu. Eles não são e não refletem meus pensamentos atuais, necessariamente. Mas achei curioso como muitas vezes, eu teria escrito exatamente os textos como são, hoje. Alguns viraram outros textos, presentes no meu livro "Rotas de Fuga", outros, viraram artigos. Aproveitem.

Dia de sol

É dia de sol, céu azul e brisa fresca. Você caminha sem pressa a algum lugar que, só para variar, você quer ir e esta com tempo. O dia perfeito. Suas roupas, caras ou baratas, estão confortáveis, neste momento você não se preocupa com emprego, com família com contas. Neste momento você existe, você não é mais uma projeção do que os outros pensam sobre você, interpretações dúbias sobre seus escritos, frases e opiniões. Estes momentos duram poucos segundos, passos e logo uma lembrança vem assolá-lo, e você volta a ser o que os outros pensam sobre você, e a agir como esperam que aja. Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta que não há quem explica e nem quem não entenda.

Narrador de RPG - o que é ser mestre

Quando falamos do RPG, falamos sobre como fazem os jogadores, sobre criar personagens e sobre a interpretação dos mesmos. Mas não falamos muito sobre o jogador principal do RPG, o Mestre de Jogo, também conhecido como Narrador, ou Mestre da Masmorra. Se no jogo Banco Imobiliário, alguém tem que ser o banco, no jogo de RPG, alguém tem que narrar a história e interpretar todos os outros personagens com quem o grupo de jogadores interage. Isso significa que se quatro jogadores estão interpretando agentes do FBI, da divisão de Arquivos X, quando eles entrarem num bar para fazerem perguntas, caberá ao Mestre do Jogo não só descrever como é o bar que eles entram, mas também interpretar cada um dos habitantes daquele bar. Geralmente o Mestre do Jogo já conhece todo o jogo, sabe todas as respostas das charadas e cria meia dúzia de personagens chaves para a condução do jogo, com os quais os jogadores deverão interagir. Cada personagem que o mestre crie, não precisa ter uma ficha de jogo pre

Lost week 5: censurado

Algumas derrotas, as maiores delas, não são tão engraçadas, nem são boas de ficar revivendo. Algumas, como meus primeiros encontros, marcados via chat bar do ZAZ internet, que foram um pouco mais do que constrangedores, incidentes com meu antigo carro roubado e outras histórias. Não dá para contar essas histórias sem parecer triste, se não for na mesa de um bar, e com um copo de cerveja na mão, gesticulando e interpretando minhas próprias reações apalermadas, por tanto, apos três textos apagados, impossíveis de serem escritos corretamente, eu decidi desistir. Hoje, vocês ficam com minha conta bancária arruinada, e com Fernando Pessoa, Ricardo Reis, na verdade, muito melhor em ser um ninguém famoso: Sim, sei bem  Que nunca serei alguém.  Sei de sobra  Que nunca terei uma obra.  Sei, enfim,  Que nunca saberei de mim.  Sim, mas agora,  Enquanto dura esta hora,  Este luar, estes ramos,  Esta paz em que estamos,  Deixem-me crer  O que nunca poderei ser.  Ricardo Reis, in &q

Looser week 4: Reuniões

Você está quieto, no seu canto, fazendo seu trabalho. Seu chefe parece satisfeito, você não atrasa um único dia. Nem quando é seu próprio funeral você falta. E ele chega e fala: Quero que você vá comigo amanhã no meu maior cliente, você irá me ajudar lá agora. E você sorri. Reconhecimento! Então eu vou para uma reunião, me achando o máximo. Eu tenho trabalho para isso. Primeiro passo minhas camisas, coloco a gravata 37 vezes até a porra da gravata para sobre a fivela do cinto, o que é difícil quando eu tenho um pescoço que fazem as pessoas me chamarem de girafa no escritório. E coloco e tiro o terno umas mil vezes, até ficar legal. Como eu não uso relógios, eu sei que o visual não está legal, fica incompleto, mas eu respiro e improviso. Pego uma pasta destas destas de executivos. Ensaio a apresentação da empresa até conhecer segredos e detalhes da fundação que só a mãe do fundador conhece, levo meus aparelhos eletrônicos, prevenido para todas as situações, se faltar força, se não c

Looser week 3: Transportes coletivos

Nada me dá mais raiva do que quem fala Transporte Público. Você paga algo além dos seus impostos para usar um hospital público? Escola pública, tirando aquelas petições de mendigo chamada APM, te cobra um boleto pelas aulas? Então por que eu tenho que chamar a porra do transporte que eu pago e sou tratado feito gado, de público? Ele é coletivo. E só. E quase nem isso. Hoje eu tive que usar transporte coletivo. Fui na Berrini e deixei o carro em casa. Eu pensei que nada poderia ser pior que pegar o trânsito da Paulista, Domingos de Morais, 23 de Maio e Bandeirantes, no horário do Rush, na ida e na volta. Aparentemente eu estava errado. E paguei 6 reais por isso. Tão triste pensar que um transporte que já foi considerado de luxo, transporte confortável, o mais confortável do mundo, que já transportou reis e rainhas, tenha sido reduzido à um carro de boi caro e lento. E quente. Sejamos francos. Aviões podem estar na moda, mas dificilmente você pode chamar aquilo de confortável. À meno

Looser week 2: Vendas

Eu tive uma das maiores oportunidades da minha vida em vendas. Uma pequena empresa estava obcecada por conseguir um sistema de empresa de primeiro mundo. Eles compraram um destes robôs de fábricas de primeiro mundo, pintaram o piso inteiro de branco "box da Ferrari". Claro que a fábrica dele ficava na casa dos fundos de uma residência. A residência dele. Mas achei maneira a dedicação do cara. Ele me mostrou um computador novo, e uma caixa de um software CAD famoso, 2D, que ele comprou, para oficializar a coisa toda. Mas eu deveria ter ter reparado no CD do Windows. Made in Camelô. Ele me chamou e mostrou alguns números, precisava de ajuda para conseguir um financiamento no banco para o software. Fizemos as contas e a coisa parecia tangível. Fizemos uma apresentação, uma demonstração, chamei o diretor Brasil do software que eu represento e expliquei para ele, e o cara comprou a briga. Ajudar as empresas nacionais, dar uma força para o empresário iniciante. Fomos todos lá par

Looser week 1: Geladeira

Em algum momento do passado, quando minha mulher viajou para a Argentina e me deixou "All by my self", eu ainda tinha comida na geladeira. E não comia. Eu tomava cerveja. Por que? Por que tudo começou quando as coisas começaram a estragar. Mas eu não queria jogar comida fora, eu queria guardar para depois. E a comida estragada, começou a criar vida, e eu não quis me intrometer. Um dia reparei que a cada vez que eu abria a geladeira, vinha um cheiro estranho. Então descobri que a comida estava cozinhando as outras comidas. Sua geladeira já desenvolveu vida? A minha desenvolveu vida inteligente. E ela achava que a luz ofuscante e minha silueta cada vez que abria a porta era um alien. Que vinha sequestra-los e os azarados nunca mais eram vistos. Provavelmente foram os que joguei fora. Vida na geladeira é uma coisa estranha. A minha geladeira me fazia lembrar daquela série cada vez que eu a abria, Família Dinossauro. E era pedindo por condições mais higiênicas. Pior foi o d

Manias de artistas

Um dos livros mais legais que já li sobre criatividade foi: Time Management for Creative People (Gestão do tempo para pessoas criativas), e o que tem de mais legal neste livro é a forma como seu autor, Mark McGuinness, consegue desvendar as manias dos artistas. No livro, McGuinness exemplifica diversos artistas considerados excêntricos para criar, uma escritora que todas as madrugadas dirigia para um Hotel, por exemplo, se hospedava até meio dia em um quarto, mas não um quarto qualquer, um que não tivesse nada pendurado nas paredes e nenhum móvel além da cama, e escrevia, de próprio punho, em páginas de anotações amarelas, por toda a manhã, todos os dias até terminar seu livro. Outro artista citado é um maluco, que para escrever, cercava sua mesa com maçãs podres e só quando o cheiro, entre cítrico, doce e podre era sentido, conseguia escrever. McGuinness nos mostra estes, entre tantos outros efeitos, para provar um ponto, a mente funciona por gatilhos, e duas coisas são importante

Vida de escritor amador

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A vida de escritor amador não é tão requintada quanto os seriados ou o Paulo Coelho pintam a vida de um escritor profissional. Enquanto Paulo Coelho pratica arqueirismo em Paris, ou enquanto o escrito ficcional Richard Castle, do seriado Castle, tem o desbunde de lançar seus livros na vida real, e faz fortuna, na ficção e na realidade, um escritor amador, como eu, escreve no metrô, na fila de espera de bancos, no hospital e enquanto faz a faxina. Só para explicar a referência à quem não conhece, o seriado Castle, recentemente veiculado pela Globo nas sextas feiras à noite e dublado pelo brilhante Guilherme Briggs (o mesmo do Freakazoid e o Cosmo de Padrinhos Mágicos, entre outros), aborda um escritor que tem seus romances policias transformados em crimes reais por um serial killer. A investigação acaba unindo a investigadora Katherin "Kate" Beckett e o escritor, de antagonistas do episódio um a aliados, no melhor estilo do seriado, ainda mais velho, A gata e o rato, de q

Histórias engraçadas

Por algum motivo obscuro, gosto muito de contar piadas na vida real, mas meus textos sempre tendem ao melancólico triste no mundo escrito. Também já reparei que diversas vezes os humoristas famosos, tão engraçados na TV, são na verdade levemente tristes e amargos, ácidos talvez seja a melhor palavra, na vida real. Seja como for, a verdade é que não sou muito bom em passar nos textos aquelas piadas que verbalizo. Perco o timing, entendem? Tem um amigo meu aqui escritório só tem histórias engraçadas sobre sua própria vida. Acho que nunca o ouvi contar uma única história séria, nem mesmo do trabalho, em todo esse tempo que estou por aqui. Numa destas, outro dia, ele contava como chegou em casa bêbado. Mas muito bêbado. E estava calor, então ele tirou a roupa toda e se jogou no sofá mesmo, onde não dormiu, hibernou. Até aí, tudo bem, o constrangedor é como ele foi acordado: ao som do aspirador de pó roncando ao seu lado, enquanto a empregada fazia malabarismos para limpar a sala sem enca

Criando produtos nacionais

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Ontem falamos sobre a ausência de desenvolvimento de produtos no Brasil. Sobre a dificuldade que empresas com produtos brasileiros encontram para se assentarem no país. E nos perguntamos, esse cenário pode ter mudanças? E a resposta é sim, mas é um processo longo... Em 2000 e 2001 uma editora minúscula ousou publicar uma série em quadrinhos, 40 edições, de um mangá chamado Holly Avenger. Apesar do nome gringo, há um motivo, o nome dos quadrinhos é uma referência à uma arma dos jogos de RPG, que conforme já falamos aqui no passado, o RPG nasceu nos Estados Unidos e chegou ao país na forma de cópias de cópias, espalhando-se e mantendo o jargão entre os primeiros jogadores. Holly Avenger é uma Vingadora Sagrada, a arma máxima que apenas os mais sagrados dos guerreiros têm acesso. Esta minúscula editora acabou fundindo-se ou comprada por outra editora maior, a Jambô, que não apenas manteve os títulos à venda, como também publicou romances sobre o cenários, dezenas de livros de RPG,

Criar produtos nacionais e inovadores é possível?

Quando vemos o seriado The BigBang Theory, um seriado onde quatro nerds têm como profissão, viver de pesquisadores universitários, nos perguntamos se há tal profissão no Brasil. Ou ao menos desejamos que tivesse. Os Estados Unidos pode ter um monte de defeitos, mas ninguém nega o poder inventivo do povo norte-americano, e a questão é bem simples, você tem que ter produtos nacionais, para que faculdades nacionais desenvolvam pesquisas à respeito. O Brasil de certa forma, até é bastante evoluído neste aspecto, quando se trata de produtos fármacos, com a flora exuberante que temos aqui, e toda uma cultura oral indígena de medicina natural, era um setor no mínimo mais fácil de criarmos estas pesquisas. Mas e outros produtos? O que há de produtos nacionais que poderiam se beneficiar de pesquisas universitárias ou criar uma cadeia de necessidades? Antes, deixe-me explicar o que é essa cadeia de necessidades: empresas nacionais, sem recursos para desenvolverem pesquisas e melhorias especí

Leitura do mês de março: um jogo!

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No mês de março eu li muito pouco, quase nada. Livro, livro mesmo, li "A casa no morro", de Olivia Maia. E mais nada. Depois, claro, li uma montanha de livros de RPG, reli outro tanto, mas livros de RPG é como considerar literatura técnica para fins de bibliografia literária. Não é leitura, é consulta. Mas para não dizer que só li um livro, e culpar apenas as correrias, eu li muito também outro tipo de coisa, um jogo! Há mais de um ano, eu comprei um velho iBook, modelo do ano de 2001, com processador Motorola, praticamente incompatível com tudo que é moderno. Eu estava numa fossa brava de dinheiro e vendera meu MacBook poderoso e moderno e, numa abstinência danada, quando já estava me recuperando um pouco de grana, comprei o dito iBook, para ter algo de Apple em casa. Claro que a lentidão de seus 578 Mb de RAM (isso mesmo, meio Giga de RAM, menos que um smartphone requenguela), logo me decepcionou. Ele mal rodava o processador de textos feito para ele, e de sua época. P

Anônimo famoso...

Este feriado de páscoa eu decidi fazer uma dieta digital. Eu optei por não usar meu smartphone, deixei o laptop desligado e não me importei com emails se mensagens. E foi ótimo. Tirando os atrasos nos meus textos, é claro... Domingo, indo para a casa dos meus pais, decidi ir com meu velho Palm no metrô, a ideia era escrever alguns textos no domingo, na ida e na volta, e eu me entusiasmei, e comecei a escrever feito louco. Foi ótimo escrever tão centrado, no meu próprio texto, sem internet e sem navegadores, sem joguinhos e sem frescuras para me distrair. Escrevi toda a ida e quando voltei para casa, continuei escrevendo e bebericando uma cerveja, aqui e ali, enquanto eu escrevia. Eu escrevia um cenário e regras de um RPG ultra-simples, para poder jogar quem nunca jogou antes. E estava possuído pelo desejo de escrevê-lo... Escrevi até as 9 da noite, quando inventei de "dar uma checada" no meu twitter, através da velha Palm. Foi quando tudo foi para o inferno. O Palm travou

Um balanço de março

Março, como já falei, um mês terrível para escrever. Foram vários os motivos, mas eu consegui. Em março eu escrevi contos, coisa que ainda não tinha feito este mês, e fiz um conto interativo, coisa que nunca tinha feito na vida. Em março ainda eu li menos, mas reli muito, muito do RPG, foi o forte e a marca do mês, mas escrevi, e escrevi em todas as formas possíveis, escrevi na espera no DETRAN, para renovar minha carta, no meu telefone Android. Escrevi no metrô, usando minha velhíssima Palm, de 2006. Escrevi na espera do dentista, escrevi no carro, parado na frente da empresa que iria visitar, por que cheguei cedo demais. Seja, como for, os textos ficaram mais curtos, com mais erros, menos variados em temas, mas como disse ontem, eu não desisti, cheguei à 91 textos hoje, e hoje, um balanço então, do que fiz em março. E você, o que você gostou mais destes textos todos? E menos? Resenhas: Ficção de Polpa A casa no morro , Olivia Maia Defensores de Tóquio  (especial RPG 09) Ark