Resenha: O fascinante Império de Steve Jobs

Após ler a biografia do Steve Jobs, de Isaacson, que é fantástica, mas termina por volta de maio de 2011, uns 5 meses antes que fundador da Apple viesse a falecer, fiquei com vontade de ”quero mais”, e foi quando vi no Submarino, uma excelente oferta do livro O Fascinante Império de Steve Jobs, por meros R $ 9,90. Era a edição de capa verde, que depois vim a saber, na semana seguinte foi substituída pela edição de capa mais escura e com o próprio na capa, edição essa, alegadamente, ampliada e revisada, embora em meia hora na livraria, eu não encontrei nada de diferente, mas o livro, seja a edição de capa verde ou a nova, é fantástico por diversos motivos.

À princípio, o livro se parece à biografia de Isaacson, de fato, diversos fatos da biografia de Jobs também estão neste livro, a infância de Jobs e Woz, os pais deles, a fundação da empresa, tudo muito próximo, Isaacson valoriza e centraliza mais em Jobs, Michael Moritz valoriza mais desde a fundação da cidade, quais eram os negócios originais do atual Vale do Silício, mas em síntese, é basicamente a mesma coisa, ao ponto que minha largada no livro foi devagar, eu cria que havia comprado mais do mesmo, até o momento onde surge na vida dos Steves (dos dois), Mike Markulla, e o livro ganha fôlego e independência.

Ao centrar-se no império de Steve Jobs, o livro alterna entre o presente do livro (1986, quando foi originalmente escrito) e a fundação da empresa, falando com muito mais detalhes sobre como foi o nascimento da Apple empresa, e citando com muito mais detalhes toda a participação dos outros membros diretores da Apple e suas importantes contribuições para a empresa chegar aonde está hoje. Em determinado período da história, o apogeu do Apple II, Steve chega a ficar completamente de escanteio na obra, pois como cita também Isaacson, o Apple II é considerado a criação maestra de Woz, e também foi o computador que por mais tempo vendeu, 10 anos, e foi o que de fato, impulsionou a Apple ao patamar de 90 % do mercado, até 1984, e depois sua derrocada aos 90, sem um produto que o substituísse à altura.

Neste período, vemos personagens reais de Isaacson, de forma menos caricata e muito mais ativos na empresa, vemos a contribuição de todo um contingente de outras pessoas e, se Moritz não dá tantos detalhes técnicos quanto Isaacson, os processos de marketing, de venda e recepção do público são muito mais cobertas pela sua obra, uma vez que o próprio Moritz, após ter uma entrevista sua com o Jobs para a Times toda distorcida, por ”n”motivos, ele se tornou uma ”persona non grata”na Apple e para Steve, e saiu da Times para se tornar um corretor e investidor, tanto na bolsa de valores quanto em startups, e isso lhe deu uma compreensão de mercado muito maior.

Ler os dois livros na minha opinião é igualmente mandatório! Enquanto Isaacson foca na vida de Jobs, e o coloca como um semi-Deus às vezes, Moritz faz uma biografia da Apple, até 1986, e um longo epílogo adicionando a história recente da empresa de Cupertino, sem se preocupar de manter Jobs no foco de suas lentes, e colocando a empresa e todos seus colaboradores em igual importância para o sucesso da, hoje, maior fabricante de Computadores Pessoais do mundo, ultrapassando a HP.

No final, é fácil compreender por que a vida de Jobs, no início de sua atuação na Apple é até melhor retratada neste livro que na biografia de Isaacson, pois este livro era na verdade um projeto de época, quando Jobs ainda não tinha sido demitido de sua empresa, que Moritz escreveu e acabou engavetando, após um desentendimento seu com o próprio Jobs, numa entrevista que eles tiveram e acabaram sendo mal interpretadas pelas partes. O que torna este livro uma excelente leitura complementar á biografia, cobrindo muito melhor o início da Apple, o período de Jobs fora da Apple está coberto integralmente na obra de Isaacson, e o período final, felizmente ou não, todos nós pudemos ver in loco.


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