An Inconvenient Truth - buscando uma causa para mim
Cara, deve ser a décima vez que assisto a esse filme do Al Gore, An Inconvenient Truth, e cada vez que eu o vejo, mais gosto dele. O filme é incrível, a motivação do cara é um espetáculo e na verdade, mais do que querer salvar o planeta, neste momento, o que eu mais queria, é ter algo assim para me motivar. Uma causa. Um motivo para acordar todos os dias, agarrar meus papéis e sair correndo pela cidade, pelas cidades, pelo país, pelos países, para promover uma causa.
A cada tanto eu acho uma que vale a pena, o que acontece é que eu não invisto o bastante nela. Eu gosto de palestras de motivação. Apesar de toda a falácia, de toda hipocrisia, de toda mentira ao redor de tantos gurus, eu acho que Inovação e Inventividade podem ser sim, disciplinadas como a Matemática e a História, isto é, se criar um programa que as desenvolva. As pessoas não são todas talentosas para datas, números ou gramáticas, mas todas aprendem os bastante para sobreviver e se dedicar, no futuro, ao que realmente gostem. Eu faço isso com minhas palestras. Na verdade, eu transformei minha palestra sobre inovação em uma aula de prototipagem rápida, pois o livro técnico e objetivo dá uma causa à inovação. Uma impressora 3D, você sabe, aquela que imprimi com plásticos objetos 3D que você desenhe num CAD, nada mais são do que um papel sulfite em branco nas mãos de mentes despreparadas.
A inovação e a criatividade vêem para ajudar a usar aquela ferramenta. Mas apesar de amar o que eu faço, e tudo que eu leio e pesquiso sobre o tema, e de acreditar que ajudo realmente algumas pessoas, como minha última aula de dezembro que tive um aluno espetacular, esta ainda não é minha causa, por que eu não me sinto confortável ainda em ajudar pessoas a criarem mais produtos para o mercado. Eu quero que criem produtos que solucionem problemas, que tragam revoluções, já que eu mesmo ainda não consegui, mas até lá, eu fico esperando por minha causa.
Eu gosto da educação, por exemplo. Que outro fator seria tão importante ao nosso país? Todos parecem saber que é importante estudar e informar-se, mas ninguém parece querer perder as sextas feiras no bar. Já minha família é um pouco diferente de todo mundo, ao menos: meu pai é professor de faculdade, minha esposa é professora primária e, aqui no Brasil, professora de idiomas. Eu gostaria de fazer disto uma causa, se eu soubesse algo de educação. Lamentavelmente, eu não sei, mas não descartei ainda concorrer a algum cargo político onde eu possa fomentar, ao menos a educação.
Sempre recordo das palavras de Malba Tahan, pseudônimo do professor de matemática carioca da década de 1950 que encontrou nas histórias fabulosas que escrevia, uma forma de transportar o conhecimento matemático. Na história do livro "O homem que calculava", Malba Tahan fala do período de maior progresso científico e social que a arábia já viu, quando um xeque assume o controle e seu único gesto é criar o máximo possível de escolas e postos de ensino da matemática (que naquela época carregava consigo a filosofia, já que matemática vem do grego Mathesys - que é estudo das ciências naturais, ou algo assim, como me ensinou o Professor Agnaldo Prandini Riccieli, outro fantástico mestre desta ciência.
Continua hoje, às 17 horas! Venha conferir!
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