Resenha: O estilo Bill Gates de Gerir


Depois do livro A cabeça de Steve Jobs resolvi que queria continuar lendo sobre estas grandes mentes, e ao encontgrar o livro do, para mim, desconhecido Des Dearlove, não titubeiei à comprá-lo, num impulso só. Ainda mais com o prefácio brasileiro por Hélio Rotenberg da Positivo Informática, o livro se desenhava ser excelente.

O livro, preciso dizer, tem seus momentos, bons insights e boas narrativas sobre a Microsoft, em especial a descrição do campus e dos benefícios aos funcionários, mas no mais, o livro é uma grande decepção, desde os pequenos detalhes, como a fonte imensa do livro, deduzindo muito do tamanho já reduzido do livro, até as ridículas boxes ao longo do texto destacando conteúdo que está naquela mesmíssima página, acrescente a isto que cada final de capítulo tem uma parte de recapitular em tópicos recém lidos, e o que teremos é algo do tamanho de um txt com mais ou menos 35kb, salvo exagero de textos realmente não repetidos.

De verdade mesmo, do pouco que sobra deste livro, é tudo um punhado de citações que podem ser extraídas de outro livro sobre Bill Gates: STROSS, Randall; THE MICROSOFT WAY, New York, /addison-Wesley, 1996. E as melhores partes do livro de Des Dearlove acabam por revelar-se citações deste livro.

Sobre Bill Gates, o livro termina não falando verdadeiramente muito, o filme “Piratas do Vale do Silício” é bem mais revelador neste aspécto. Sobre sua gestão também não há nada assim de revelador, mas há um insight, também citação que vale a pena ser repetido, à fins de divulgação:

“Em sentido mais simples, a organização na qual se aprende se refere a um grupo de pessoas que está melhorando continuamente sua capacidade de criar o futuro” – explica Senge, do MIT, que trouxe o conceito deste tipo de organização ao grande público – ” O sentido tradicional da palavra aprendizagem é muito mais profundo que apenas assimiliar informações. Refere-se à mudança nos próprios indivíduos, de modo que produzam melhores resultados que lhes interessam,que conquistem coisas que são importantes para eles.”

~ NAPUK, Apud K.; “Live and Lear”, Sottish Business Insider, jan. 1994. Os tópicos que destaca Senge para uma empresa na qual se aprende são: 
  • Pensamento sistêmico;
  • Modelos mentais;
  • Visão compartilhada;
  • Aprendizagem em grupo;

Mais uma curiosidade do livro que eu gostei, é o nome que se dá aos programas feitos dentro de uma fábrica de softwares, os quais também destaco aqui: 
  • Dogfood: programas ruins ou defeituosos que não servem para vendas mas servem para uso interno (e destes, preciso dizer, já fiz muitos);
  •  Selftoast: fritar-se ou contradizer-se;
  • Vaporware: produto que nunca chegou às prateleiras;
  • Face-mail: tere uma conversa na mesma sala (em oposição à voice-mail ou e-mail);
  • Braindump: repassar conhecimento técnico; 
No mais, até agora, o livro foi só uma grande decepção.

PS: Artigo escrito durante minhas férias, confortavelmente em meu Tungsten T|E2 com o teclado Palm Wireless Keyboard.

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