O nascimento de Ana Luiza...

Dia 12 de janeiro eu me casava, na Argentina. Foi uma aventura, pois eu sabia que convidar meus amigos e irmãos era coloca-los na situação difícil de aceitarem e gastarem um bom dinheiro e ainda faltarem no serviço, ou terem que recusar temendo causar algum constrangimento, que não causaria, mas a situação era mesmo difícil... Veja só, na Argentina os cartórios não casam nos finais de semana. Só em dias úteis. Foi por isso que marcamos o casamento para uma segunda feira. Pois viajar corredo para chegar numa sexta era sacrificar a quinta também, já que casamentos, além de serem realizados apenas em dias úteis, também só se realizam nas manhãs, até meio dia.

Assim, marcamos o casamento na segunda e eu sabia que seria sem irmãos e sem amigos. Se alguém se sentiu ofendido na ocasião, de não ser convidado, foi por pensar em vocês que não convidei. Meu irmão do meio estava guardando o dinheiro para o casamento dele próprio, na igreja da PUC, e o caçula... Ah o caçula estava às vésperas de ser pai! E eu duvido que ele quisesse ser pai na embaixada brasileira na Argentina. Não quero nem pensar nas complicações que isso implicaria. E desta forma, dia 12 de janeiro de 2009 casávamos, minha esposa e eu, com meus pais como testemunha e fora do meu país.

O plano era passar dia 12 e 13 com eles, já que dia 13 eles retornariam para São Paulo, justamente de olho na minha cunhada, que já tinha quase ou pouco mais de 9 meses de gravides, e por isso, quase sem aproveitar da Argentina, meus pais voltaram voando, literalmente, para casa. Dia 14 eu embarcaria numa viagem de 18 horas para a Patagônia, de ônibus, para minha lua de mel. Uma verdadeira prova de amor da minha esposa, que abdicou do calor para buscar o frio do sul por mim, que abomino calor. Um dia terei que agradece-la na mesma moeda, creio que talvez ir ao nordeste (num escafandro térmico no meu caso), para ela aproveitar o calor que merece. Mas eu tergiverso...

A questão é que mal pusemos os pés na Patagônia, e no Brasil, há mais de 3000 quilômetros, nascia minha primeira sobrinha, dentre 3 que tenho hoje, um de cada irmão e um da cunhada argentina. Nascia Ana Luiza, que como seu primeiro ato neste mundo, espero pacientemente pelo retorno dos meus pais de sua viagem, que eles tirassem o atraso de um final de semana prolongado fora do país, e então ela nasceu, sem cerimônia, na hora exata, para eles poderem viver mais esta emoção.

E por ela ter sido tão boazinha e ser uma criança, um mini-humano, tão fantástico, que quero reservar esta crônica para ela, hoje! Parabéns Aninha. Feliz 4 anos, você que seguirá para sempre, os meus próprios aniversários de casamento, numa semana que deve ter deixados meus pais quase loucos.

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