Wilson do Amaral Neto
Acho engraçado alguém se chamar Wilson do Amaral Neto. O nome não tem nada de engraçado, calma, vários Neto's por aí provam que o nome é comum, o Corinthans teve um Neto, que hoje é comentarista de futebol na Bandeirantes. O engraçado é quando você conhece alguém chamado Neto e seus antepassados ainda vivo. Eu penso, será possível que em algum lugar deste mundo, três Wilson do Amaral se reunam, ou se reuniam, não quero ofender ninguém, num natal?
Eu trabalhei com um Wilson do Amaral Neto, na Sigraph Ltda, e ainda tive o prazer de conhecer seu pai, que corretamente chamava-se Wilson do Amaral Filho. Nunca tive o prazer de conhecer o patriarca da família Wilsons dos Amarals.
A Sisgraph marcou um capítulo incrivelmente importante na minha vida, apesar dos mal completados dois anos que trabalhei lá, como estagiário de impressoras 3D. A empresa e seu dono, a quem serei imensamente grato e torcerei pelo sucesso para sempre, Sr. Silvio Steinberg, não apenas me apresentou a um mundo incrivelmente novo, o das impressoras 3D, que é novo pra maioria das pessoas normais até hoje, como também me fez descobrir que no serviço é possível encontrar pessoas, e não apenas funcionários.
Nada contra minha empresa anterior, a Timberjack, que se tornou John Deere e pela qual fiz meu primeiro vôo à trabalho, prenúncio de uma vida viajando. Foi num Brasília da TAM, para Porto Alegre. Mas a Timberjack me apresentou o trabalho na sua forma mais intensa. Disposto à mostrar serviço e apaixonado pelo trabalho e por trabalhar, eu trabalhava. De finais de semana, de dias de semana, de noites de semana. Eu trabalhava. Sempre queria fazer um pouco à mais do solicitado. Organizar as folhas de campo, os relatórios de visita? Vamos criar um banco de dados. Fazer o cálculo de horas extras? Vamos fazer um filtro no Banco de Dados. Chegou caminhão de peças vindas do porto? Vamos descarregar.
Na Sisgraph eu conheci pessoas fenomenais, que realimentaram meus sonhos e paixões. Fábio Andreotti foi meu chefe, e o primeiro a falar "merda" no horário comercial e sobre um trabalho meu, na minha vida. Aprendi a vender com medo de ouvir ele dizer: "isto aqui tá uma merda" uma segunda vez. Robson Galiano me apresentou ao seu tio, Beto Hora, para quem trabalhei por quase um ano por paixão à arte e um entusiasmo emprestado do Robson, um gerador de idéias. O Wilsão, da área técnica era um inventor por definição. Fábio Falavinha e sua paixão por ser um Javaman, e o Dr. Delboni que me ensinou muito sobre a vida, sobre publicar livros e conquistas.
Mas foi uma pessoa em especial, chamada Wilson do Amaral Neto, com que fiz a maior amizade. Foi uma pessoa que sinto que nunca poderei agradecer à altura. Ele me estendeu um braço quando uma viagem que eu iria fazer num feriado de 15 de novembro naufragou, e fui com ele para um retiro chamado FEMPRID, ou algo assim, o encontro de jovem da igreja Presbiteriana. E foi um feriado fantástico, maravilhoso. Descobri que estudar a bíblia e me divertir podem ser sinônimos.
Com o Wilson do Amaral Neto compartilhávamos a paixão por Tolkien, e costumávamos discutir o livro e os filmes, que estreavam na época, durante o almoço. E, se eu nunca pisei tanto na bola com alguém, como fiz com esse cara, ele é provavelmente quem mais e melhor entendeu minha paixão por literatura. Tenho certeza que o Jornal da Tarde nunca vendeu um só exemplar à mais por publicar uma carta minha. Minha mãe já era assinante e ela não teria que comprar. Nem a revista Web Mobile vendeu uma só edição à mais por minha causa, quando publicou dois artigos meus, na edição 6 e na 7, sobre programação para Palm OS.
Não culpo meus amigos ou familiares. Todos compartilhavam suas indignações pelo metrô e quase ninguém tinha Palm naquela época. Mas foi, sem aviso e nem surpresa, que eu descobri que este cara lia o blog que eu tinha na época, aquele de nome muito longo, chamado lec.blig.ig.com.br, na plataforma de blogs do IG. Isto é, eu apresentei o blog ao cara, mas ele continuou lendo depois que eu mostrei para ele, e nem estava lá mais para ver se ele lia... Além de ler o blog, el foi o cara que escreveu uma crônica muito bonita à respeito da minha paixão sobre literatura. Lá, em 2001 ou talvez 2002. Não foi solicitado, nem dei a entender, nem sequer aventei que alguém, algum dia, poderia fazer isso.
E hoje, olhando no diretório que guardo meus velhos textos até hoje, achei de novo aquele texto. E eu não me lembro se já agradeci ao Wilson do Amaral Neto por aquele texto. Ou se agradeci, tenho certeza que não foi o suficiente. As pessoas que me conhecem sabe que posso ser o primeiro a pular na piscina, só de cuecas, numa festa de casamento onde isso seria totalmente inapropiado. Auto flagelação é comigo mesmo. Mas agradecer ou receber críticas ou elogios, este sempre foi meu fraco. Fico sem graça, não sei o que fazer, o que dizer. Se agradeço demais, sou ególatra, se agradeço de menos, fiz pouco caso do elogio. Na dúvida, eu corro de cena, espero 11 anos, e faço uma crônica.
Obrigado Wilsons. A cada um de vocês que contribuiu para que aquela crônica sobre eu escrevendo, um dia fosse feita. De coração, foi uma das homenagens mais singelas que recebi.
Não sei se ele autorizaria mais alguém ler, ele não tinha um blog e não sei se tem um até hoje, mas o texto dele está comigo. E, à menos que o Wilson peça para eu tirar, você pode ler o texto aqui: https://sites.google.com/site/cronicawilsondoamaralneto/
Eu trabalhei com um Wilson do Amaral Neto, na Sigraph Ltda, e ainda tive o prazer de conhecer seu pai, que corretamente chamava-se Wilson do Amaral Filho. Nunca tive o prazer de conhecer o patriarca da família Wilsons dos Amarals.
A Sisgraph marcou um capítulo incrivelmente importante na minha vida, apesar dos mal completados dois anos que trabalhei lá, como estagiário de impressoras 3D. A empresa e seu dono, a quem serei imensamente grato e torcerei pelo sucesso para sempre, Sr. Silvio Steinberg, não apenas me apresentou a um mundo incrivelmente novo, o das impressoras 3D, que é novo pra maioria das pessoas normais até hoje, como também me fez descobrir que no serviço é possível encontrar pessoas, e não apenas funcionários.
Nada contra minha empresa anterior, a Timberjack, que se tornou John Deere e pela qual fiz meu primeiro vôo à trabalho, prenúncio de uma vida viajando. Foi num Brasília da TAM, para Porto Alegre. Mas a Timberjack me apresentou o trabalho na sua forma mais intensa. Disposto à mostrar serviço e apaixonado pelo trabalho e por trabalhar, eu trabalhava. De finais de semana, de dias de semana, de noites de semana. Eu trabalhava. Sempre queria fazer um pouco à mais do solicitado. Organizar as folhas de campo, os relatórios de visita? Vamos criar um banco de dados. Fazer o cálculo de horas extras? Vamos fazer um filtro no Banco de Dados. Chegou caminhão de peças vindas do porto? Vamos descarregar.
Na Sisgraph eu conheci pessoas fenomenais, que realimentaram meus sonhos e paixões. Fábio Andreotti foi meu chefe, e o primeiro a falar "merda" no horário comercial e sobre um trabalho meu, na minha vida. Aprendi a vender com medo de ouvir ele dizer: "isto aqui tá uma merda" uma segunda vez. Robson Galiano me apresentou ao seu tio, Beto Hora, para quem trabalhei por quase um ano por paixão à arte e um entusiasmo emprestado do Robson, um gerador de idéias. O Wilsão, da área técnica era um inventor por definição. Fábio Falavinha e sua paixão por ser um Javaman, e o Dr. Delboni que me ensinou muito sobre a vida, sobre publicar livros e conquistas.
Mas foi uma pessoa em especial, chamada Wilson do Amaral Neto, com que fiz a maior amizade. Foi uma pessoa que sinto que nunca poderei agradecer à altura. Ele me estendeu um braço quando uma viagem que eu iria fazer num feriado de 15 de novembro naufragou, e fui com ele para um retiro chamado FEMPRID, ou algo assim, o encontro de jovem da igreja Presbiteriana. E foi um feriado fantástico, maravilhoso. Descobri que estudar a bíblia e me divertir podem ser sinônimos.
Com o Wilson do Amaral Neto compartilhávamos a paixão por Tolkien, e costumávamos discutir o livro e os filmes, que estreavam na época, durante o almoço. E, se eu nunca pisei tanto na bola com alguém, como fiz com esse cara, ele é provavelmente quem mais e melhor entendeu minha paixão por literatura. Tenho certeza que o Jornal da Tarde nunca vendeu um só exemplar à mais por publicar uma carta minha. Minha mãe já era assinante e ela não teria que comprar. Nem a revista Web Mobile vendeu uma só edição à mais por minha causa, quando publicou dois artigos meus, na edição 6 e na 7, sobre programação para Palm OS.
Não culpo meus amigos ou familiares. Todos compartilhavam suas indignações pelo metrô e quase ninguém tinha Palm naquela época. Mas foi, sem aviso e nem surpresa, que eu descobri que este cara lia o blog que eu tinha na época, aquele de nome muito longo, chamado lec.blig.ig.com.br, na plataforma de blogs do IG. Isto é, eu apresentei o blog ao cara, mas ele continuou lendo depois que eu mostrei para ele, e nem estava lá mais para ver se ele lia... Além de ler o blog, el foi o cara que escreveu uma crônica muito bonita à respeito da minha paixão sobre literatura. Lá, em 2001 ou talvez 2002. Não foi solicitado, nem dei a entender, nem sequer aventei que alguém, algum dia, poderia fazer isso.
E hoje, olhando no diretório que guardo meus velhos textos até hoje, achei de novo aquele texto. E eu não me lembro se já agradeci ao Wilson do Amaral Neto por aquele texto. Ou se agradeci, tenho certeza que não foi o suficiente. As pessoas que me conhecem sabe que posso ser o primeiro a pular na piscina, só de cuecas, numa festa de casamento onde isso seria totalmente inapropiado. Auto flagelação é comigo mesmo. Mas agradecer ou receber críticas ou elogios, este sempre foi meu fraco. Fico sem graça, não sei o que fazer, o que dizer. Se agradeço demais, sou ególatra, se agradeço de menos, fiz pouco caso do elogio. Na dúvida, eu corro de cena, espero 11 anos, e faço uma crônica.
Obrigado Wilsons. A cada um de vocês que contribuiu para que aquela crônica sobre eu escrevendo, um dia fosse feita. De coração, foi uma das homenagens mais singelas que recebi.
Não sei se ele autorizaria mais alguém ler, ele não tinha um blog e não sei se tem um até hoje, mas o texto dele está comigo. E, à menos que o Wilson peça para eu tirar, você pode ler o texto aqui: https://sites.google.com/site/cronicawilsondoamaralneto/
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