Gosto não se discute

Ninguém escolhe do que vai gostar ao nascer. Ou faz esta escolha conscientemente ao crescer... É estranho pensarmos o que faz alguém gostar disso e não gostar daquilo. Quando se trata à comida, cientistas descobriram uma glândula no cérebro que nos diz o que gostamos ou não, numa combinação de aparência, experiências e cultura. Quantas vezes não gostamos de algo, até descobrirmos o que aquilo é, de fato, ou como é feito? Conheço pessoas que até hoje não comem mais salsichas após visitar uma fábrica das mesmas.

Mas quando o assunto é cultural, não existe distinta glândula para nos dizer o que é saudável ou não gostarmos. Só existe o gostar. Eu, por exemplo, odeio o calor, odeio viajar, amo literatura, amo teatro, cinema e músicas. Mas dentre as coisas que eu gosto, há subgrupos que ninguém pode explicar por que gosto disso ou daquilo.

Por exemplo a literatura. Eu amo ler. AMO! Mas eu nunca li os grandes clássicos. Crime e castigo, que ganhei de um amigão, num aniversário, me assombra esperando sua vez há quase uma década. A montanha mágica, de Thomas Mann, comprado num sebo sob elogios diversos do dono, que até me fez um baita desconto e me deu outro livro, por "ter encontrado finalmente alguém que ainda gosta de ler", espera pela leitura desde que descobri que o quarto capítulo está em francês. De propósito. Tenho uma dificuldade natural aos clássicos, e não sei porque...

Quanto à música, eu amo o Jazz, covers, rock, principalmente o Punk Rock, e, pasmem, o Pop. Não qualquer Pop. U2 até desce, mas gosto muito destas novas musiquinhas estilo balada, em geral feito por meninas. Mas o que eu realmente gosto são de Covers. Descobrir uma cover, uma nova versão, me faz pirar. Gosto de descobrir o que a nova interpretação adicionou à música, o que mudou, como ficou, comparar versões. Toda uma gama de pirações. Eu já gostava de Umbrella da Rihanna, mas foi a versão de The Baseballs, no álbum Strike que me conquistou. Antes desta versão, The Puppini Sisters também haviam conquistado seu espaço em meu coração com seu álbum tão especial.

Uma animação francesa nos cinemas, chamada As bicicletas de Belleville, baseada nos anos 30 e 40, e linda animação, teria inspirado três garotas a regravarem sucessos dos anos 70, 80 e 90 como se fossem musicais para trios de vozes dos anos 30, nascendo o conjunto e suas regravações mágicas e leves de Panic, do Morrissey, Mr. Sandman e tantas outras...

Agora, se você achou a salada complexa até agora, você irá enlouquecer com meu DVD de música favorito: Live in Albert é um DVD de um show de Robbie Williams (sim, ele mesmo, de Angel e outros sucessos POP), cantando sucessos do Jazz, com orquestra, ao vivo, numa performance que mistura talkshow, standup, muito talento e convidados para diversas músicas. Um show embriagante que eu conheci numa ocasião totalmente adversa (para mim)... Tinha ido à praia (calor, viagem), e em meio à busca de fuga do clima, achei um café/tabaria que oferecia, em suas salas climatizadas o bastante para deixar um atum sem feder por semanas, charutos e cafés elegantes enquanto exibia em suas telonas shows que dessem clima ao local. Foi assim que conheci o DVD que me fez devotar dias (e muito dinheiro) à caça deste álbum.

O DVD, além do show, trás making off, clipes e alguns extras e é presença obrigatória, uma vez ao mês, ao menos, em casa. Seja enquanto limpo a casa, lavo louça e roupa, ou numa noite solitária, com as luzes apagadas em toda a casa, janelas escancaradas (de preferência no frio) e um bom wisky à mão. Se você tiver, só uma chance de ver e ouvir uma faixa deste DVD, não tenha dúvidas, vá diretamente à Mr. Bojangles, e disfrute.

De fato, como dizem, gosto não se discute. Tão pouco se explica...

Comentários

Lívia disse…
NINGUÉM DESTRUIU ESSE DVD AINDA?????
Beijos
Anônimo disse…
Sim, FUI EU, PAULO, que disse:

Traumatizante. Sem mais.
odetecampos disse…
O que seria do amarelo se todos gostassem do roxo?
Editora Delearte disse…
Eu aprovo seu DVD do Robbie!!!

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