Praias
Minhas lembranças da praia incluem RPG com amigos, durante a hora do sol quente, incluem futebol, que jogávamos do início do "sol bom" das tardes até a bola se tornar invisível pela noite que nos engolia e inclui as rodas de amigos nas noites e as brigas entre crianças. Incluem amigos de São Paulo sendo apresentados para os amigos da praia e se tornando, eles também, amigos entre si. E inclui o trânsito, o calor e dias e mais dias de tédio, quando era comigo que a turma brigava e eu me afastava deles.
Nunca gostei de viajar. A estrada também tem um capítulo triste nas minhas memórias. Horas, horas e horas parado em trânsitos, em carros tão quentes quanto apertados. Um par de enchentes que enfrentamos, gaiola de passarinhos, de quando eu era muito jovem, dividindo o banco traseiro do veículo comigo, meus dois irmão, meus avós paternos, cobertas para um frio eventual, travesseiros e uma melancia. Bagageiros cheios, assim com a paciência entre meus irmãos e eu e todos com a estrada.
Por tudo isso, fui me tornando cada vez mais recluso com relação à viagens. O fato que minha esposa trabalhou, nos últimos três anos aos sábados, somavam à nossa reclusão. Qual o ponto de pegar estrada sábados à tarde, passar a tarde viajando, chegar de noite e ter que voltar correndo, domingo de manhã, para fugir ao trânsito dos domingos?
Tudo isso foi assim, até este ano, este carnaval, onde fomos, pela primeira vez, minha esposa e eu para a praia com um só objetivo. Queríamos entrar no mar até cansarmos, e depois voltarmos para São Paulo. Seria o melhor estilo farofa com frango, se não fosse a casa dos meus pais onde podíamos nos recolher, banharmos e dormir, antes do trânsito logo na manhã seguinte e fizemos um teste no período mais turbulento do litoral paulista, em pleno carnaval! E deu certo! Fomos na segunda, voltamos na terça de manhã.
Felizes e empolgados com o sucesso, tentamos de novo no final de semana seguinte ao carnaval. Fomos no sábado pela manhã, voltamos no domingo pela manhã. Com exceção do almoço de R$ 5,90 no Habib's, cada um, todo o tempo restante foi dedicado à minha esposa e ao mar. Íamos ao mar com um desprendimento que só quem vive na praia pratica. Minha esposa e eu, e as chaves de casa amarradas no shorts de banho. E eram 2, 3 horas no mar. Até os olhos arderem da água salgada e os lábios ficarem duros como os lábios das meninas fazendo aquela carinha na frente das câmeras, chamadas de DuckFace. Dê um google se você não sabe do que estamos falando...
Por dois finais de semana até agora, viajamos apenas com a roupa para o retorno, um par de toalhas e algo para comer de jantar, na casa dos meus pais. Não levamos nossos celulares elegantes, ou nossos computadores. Não tínhamos como foco ficar em casa. Nem a chuva nos tirou do mar, para desespero da minha mãe, quando eu falei isso para ela (e no momento exato senti que tinha "falado demais").
Quando dizem que "A vida é bela, a gente que ferra com ela", eu penso em quanto penava, tentando me precaver para todas as condições possíveis numa viagem de dois dias para a praia. No quanto eu carregava de coisas inúteis, do tanto que vezes que eu ficava impaciente em casa, com o mar ali perto. E o tempo que eu perdi e levei para redescobri-lo. Que bom que minha esposa me obrigou, naquele carnaval, a tirar a cara feia e a preguiça e ir tomar um bom banho de mar, que levou consigo meu mau humor, parte da minha tosse e em troca só deixou um punhado de areia nos meus bolsos...
Nunca gostei de viajar. A estrada também tem um capítulo triste nas minhas memórias. Horas, horas e horas parado em trânsitos, em carros tão quentes quanto apertados. Um par de enchentes que enfrentamos, gaiola de passarinhos, de quando eu era muito jovem, dividindo o banco traseiro do veículo comigo, meus dois irmão, meus avós paternos, cobertas para um frio eventual, travesseiros e uma melancia. Bagageiros cheios, assim com a paciência entre meus irmãos e eu e todos com a estrada.
Por tudo isso, fui me tornando cada vez mais recluso com relação à viagens. O fato que minha esposa trabalhou, nos últimos três anos aos sábados, somavam à nossa reclusão. Qual o ponto de pegar estrada sábados à tarde, passar a tarde viajando, chegar de noite e ter que voltar correndo, domingo de manhã, para fugir ao trânsito dos domingos?
Tudo isso foi assim, até este ano, este carnaval, onde fomos, pela primeira vez, minha esposa e eu para a praia com um só objetivo. Queríamos entrar no mar até cansarmos, e depois voltarmos para São Paulo. Seria o melhor estilo farofa com frango, se não fosse a casa dos meus pais onde podíamos nos recolher, banharmos e dormir, antes do trânsito logo na manhã seguinte e fizemos um teste no período mais turbulento do litoral paulista, em pleno carnaval! E deu certo! Fomos na segunda, voltamos na terça de manhã.
Felizes e empolgados com o sucesso, tentamos de novo no final de semana seguinte ao carnaval. Fomos no sábado pela manhã, voltamos no domingo pela manhã. Com exceção do almoço de R$ 5,90 no Habib's, cada um, todo o tempo restante foi dedicado à minha esposa e ao mar. Íamos ao mar com um desprendimento que só quem vive na praia pratica. Minha esposa e eu, e as chaves de casa amarradas no shorts de banho. E eram 2, 3 horas no mar. Até os olhos arderem da água salgada e os lábios ficarem duros como os lábios das meninas fazendo aquela carinha na frente das câmeras, chamadas de DuckFace. Dê um google se você não sabe do que estamos falando...
Por dois finais de semana até agora, viajamos apenas com a roupa para o retorno, um par de toalhas e algo para comer de jantar, na casa dos meus pais. Não levamos nossos celulares elegantes, ou nossos computadores. Não tínhamos como foco ficar em casa. Nem a chuva nos tirou do mar, para desespero da minha mãe, quando eu falei isso para ela (e no momento exato senti que tinha "falado demais").
Quando dizem que "A vida é bela, a gente que ferra com ela", eu penso em quanto penava, tentando me precaver para todas as condições possíveis numa viagem de dois dias para a praia. No quanto eu carregava de coisas inúteis, do tanto que vezes que eu ficava impaciente em casa, com o mar ali perto. E o tempo que eu perdi e levei para redescobri-lo. Que bom que minha esposa me obrigou, naquele carnaval, a tirar a cara feia e a preguiça e ir tomar um bom banho de mar, que levou consigo meu mau humor, parte da minha tosse e em troca só deixou um punhado de areia nos meus bolsos...
Comentários
A toalha. Sempre com a toalha. Mestre Douglas Adams não se faz esquecer =)