Vícios
É difícil falar de vícios hoje em dia. Tudo é tão condenável, tão politicamente correto. Mas eu sempre admirei o cigarro. Parte pelo ideal que ele me transmitia, aquela fleuma tão grã fina. Hoje, como diz o filme, "Obrigado por fumar", fantástico por sinal, apenas as RAVsS fumam no cinema, sim RAVs: Russos, Árabes e Vilões. Heróis não fumam. Deve ser por que ganham mal e está caro demais...
Quando eu era muito criança, eu tinha dois brinquedos que eu adorava, um boneco do Dr. Octopus e um do homem aranha. Eles brigavam muito, e quando a batalha acabava, Dr. Octopus voltava à sua base para tomar vitamina (frutas batidas com leite e Neston, na minha imaginação, eram vitaminas), e fumar um charuto. E ele fazia anéis de fumaça. Meu vilão, para recuperar suas energias após uma batalha, ia para sua base secreta fumar charutos e tomar vitaminas. Nunca disse que fui uma criança normal...
Quando minha mãe parava de fumar, ela ainda pedia para meu pai deixar acender o cigarro dele. E aquele cheiro de fósforo queimado era tão gostoso. Mas depois eles pararam. E pegaram no nosso pé, de seus filhos, para que parássemos também. Meu irmão parou por completo. Eu quase... quase...
A primeira vez que comprei um charuto, todo envergonhado por achar que eu não era digno, não pertencia à estirpe que fumasse charutos, foi em 2001, quando fui contratado pela Sisgraph. Peguei minha namorada na época, fomos para o shopping Eldorado e eu comprei não um, mas dois charutos petit da marca do Jô Soares. Me sentia um milionário, comprando dois ternos e dois charutos, para usufruir mais tarde, celebrando minha conquista, a mudança de emprego. Desde de então, apesar de quase ter tossido meu pulmão pela boca, eu ainda sinto saudades e aprecio um bom charuto, um bom cachimbo e cigarros.
Dos três, cigarros são aqueles que menos aprecio. Têm cheiro mal, são pequenos e deselegantes, desajeitados e se consomem feito tic-tacs se você não se vigiar. Mas são os mais socialmente aceitos, já que por algum motivo, as pessoas não gostam, como eu, do cheiro de um bom charuto ou do cachimbo. Eu acho isso estranho, nenhum dos dois são de tragar feito o cigarro e têm um cheiro de tabaco tão gostoso, misturado à mais pura das fumaças. Mas as pessoas não gostam, e eu não fumo.
O cigarro, este miserável, é socialmente aceito, rápido para uma tragada sem importância e por vezes, é a maior porta de um vendedor, fumar aquele cigarro na porta da empresa com seu cliente. O relacionamento se intensifica. E eu me resignei com o cigarro, até ter que parar, para ter meus filhos, para ter uma esposa grávida me orbitando e para que meus filhos não me vejam fumando no futuro...
Hoje, eu tenho crises de abstinência, mesmo meses depois de uma parada completa. A culpa é claro, é que a parada não foi completa. No serviço ainda escapo, aqui e ali, para um cigarro, mas já não o levo para casa. Mas quando estou sem fumar, do que mais sinto falta, não é do cigarro. É da parada que ele me permite, da contemplação silenciosa do mundo ao meu redor, sem ter que justificar por que faz cinco minutos que estou parado na frente da janela, olhando a cidade passar devagar (pelo trânsito), na minha frente...
Vícios... Humpf.
Quando eu era muito criança, eu tinha dois brinquedos que eu adorava, um boneco do Dr. Octopus e um do homem aranha. Eles brigavam muito, e quando a batalha acabava, Dr. Octopus voltava à sua base para tomar vitamina (frutas batidas com leite e Neston, na minha imaginação, eram vitaminas), e fumar um charuto. E ele fazia anéis de fumaça. Meu vilão, para recuperar suas energias após uma batalha, ia para sua base secreta fumar charutos e tomar vitaminas. Nunca disse que fui uma criança normal...
Quando minha mãe parava de fumar, ela ainda pedia para meu pai deixar acender o cigarro dele. E aquele cheiro de fósforo queimado era tão gostoso. Mas depois eles pararam. E pegaram no nosso pé, de seus filhos, para que parássemos também. Meu irmão parou por completo. Eu quase... quase...
A primeira vez que comprei um charuto, todo envergonhado por achar que eu não era digno, não pertencia à estirpe que fumasse charutos, foi em 2001, quando fui contratado pela Sisgraph. Peguei minha namorada na época, fomos para o shopping Eldorado e eu comprei não um, mas dois charutos petit da marca do Jô Soares. Me sentia um milionário, comprando dois ternos e dois charutos, para usufruir mais tarde, celebrando minha conquista, a mudança de emprego. Desde de então, apesar de quase ter tossido meu pulmão pela boca, eu ainda sinto saudades e aprecio um bom charuto, um bom cachimbo e cigarros.
Dos três, cigarros são aqueles que menos aprecio. Têm cheiro mal, são pequenos e deselegantes, desajeitados e se consomem feito tic-tacs se você não se vigiar. Mas são os mais socialmente aceitos, já que por algum motivo, as pessoas não gostam, como eu, do cheiro de um bom charuto ou do cachimbo. Eu acho isso estranho, nenhum dos dois são de tragar feito o cigarro e têm um cheiro de tabaco tão gostoso, misturado à mais pura das fumaças. Mas as pessoas não gostam, e eu não fumo.
O cigarro, este miserável, é socialmente aceito, rápido para uma tragada sem importância e por vezes, é a maior porta de um vendedor, fumar aquele cigarro na porta da empresa com seu cliente. O relacionamento se intensifica. E eu me resignei com o cigarro, até ter que parar, para ter meus filhos, para ter uma esposa grávida me orbitando e para que meus filhos não me vejam fumando no futuro...
Hoje, eu tenho crises de abstinência, mesmo meses depois de uma parada completa. A culpa é claro, é que a parada não foi completa. No serviço ainda escapo, aqui e ali, para um cigarro, mas já não o levo para casa. Mas quando estou sem fumar, do que mais sinto falta, não é do cigarro. É da parada que ele me permite, da contemplação silenciosa do mundo ao meu redor, sem ter que justificar por que faz cinco minutos que estou parado na frente da janela, olhando a cidade passar devagar (pelo trânsito), na minha frente...
Vícios... Humpf.
Comentários
Outra alternativa é trocar por outra coisa. Eu nos momentos contemplativos fico com minha caneca de café.
Abs,
Marcos