Duncan McLoud

Duncan não era o tipo heroico  Ao contrário. Já considerado idoso para os padrões da época, jamais teria se aventurado em masmorras escuras e tristes, cheias de perigos. Ele morava numa vila pequena. Sem nome. Herdara a torre do mago da cidade, pela mera paixão que tinha pelos livros deste mesmo mago, e pelo fato do mago não ter herdeiros. Deixou a torre ao seu visitante e ao mais próximo de um amigo que teve. O bondoso Duncan.

Duncan logo aprendeu um pouco das magias do velho mago. Não gostava de carregar ingredientes mágicos e coisas complicadas. E aquele pó do trovão era para ele assustador, como só aproximar o fogo de uma tocha poderia fazê-lo explodir. Não, nada disso. Duncan gostava da vida simples, de ler até o sol se por, e então jogar cartas na estalagem da cidade. Não por acaso sua primeira magia, aquele que ele aprendeu a memorizar e repetir corretamente, foi uma chamada Truque Arcana. Capaz de produzir pequenas ilusões, suficientes apenas, para ele ganhar as partidas que ele queria. Rir dos outros, e então devolver o dinheiro que havia ganho, mostrando como havia feito o truque. Sem perceber, começou a correr à boca pequena na cidade, que Duncan estava ocupando o cargo de mago da pequena vila.

Um dia, enquanto se divertia, bebericando sua cerveja quente, comendo um pouco de pernil frio e ganhando dinheiro que devolveria, ouviu por suas costas algumas pessoas tramando algo. Um clérigo, um respeitável conjurador dos deuses, e um guerreiro falavam algo sobre uma sombra crescendo no oeste, um mal chamado Zorgot. O nome fez gelar a alma de Duncan. Ele havia lido muito sobre esse tal Zorgot nos livros de seu velho amigo. Seu velho amigo havia aprisionado este mal, junto com um antigo grupo de aventureiros, e era para ser para sempre. Ele sabia onde ficava o velho templo, onde jazia o corpo desta criatura hedionda. E sem saber bem porque, se levantou, se apresentou a Incligan e a Kraugsten, e decidiu conferir, pessoalmente, as aventuras que ele apenas conheceu nas páginas de livros velhos.

E assim começou, em 1996, a maior aventura que Duncan já viveu em sua vida. Ele aprendeu magias fantásticas, mas virou usuário corriqueiro de uma ainda mais poderosa, Ressurreição. Morto apenas 9 vezes nos mais de 5 anos que se seguiram, isso não importou à Duncan, que ficou feliz em ajudar o pouco que pode, com suas magias, ao grupo de amigos mais fantástico que já teve. Que o carregaram, o curaram, o aturaram, sempre que ele queria jogar um baralhinho, até o dia que ele se estabeleceu em sua própria torre, na cidade que ele ajudou a fundar, Krauinduntomo, numa torre cheia de livros, e ao lado da estalagem, onde ele passa suas noites, jogando e rindo, curtindo sua velhice em paz.

Comentários

Editora Delearte disse…
Que linda estória!!!!!!

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