O que é o RPG?

RPG significa Role Playing-Game, ou Jogo de Interpretação de Papéis. A expressão Roleplay já é usado em teatros e cinema, por atores, para descreverem sua performance, mas o jogo significa um pouco mais que isso, pois além da interpretação, também requer regras, para definir o sucesso de cada ação.

Sempre que me perguntam, mas afinal, o que é o RPG, eu respondo com uma comparação que aprendi do gerente de publicações da Devir Livraria. RPG é como brincar de polícia ou ladrão, para os meninos, ou de casinha, para as meninas. No caso da brincadeira dos meninos, Polícia e Ladrão, sempre há um impasse no jogo que surge, mais cedo ou mais tarde, se a criança que é, ou o policial ou o bandido, acertou seu "tiro" ou não. As crianças costumam discutir:

- Acertei!
- Não, pegou de raspão, eu acertei você!
- Nada disso, eu atirei primeiro!

A interpretação do RPG é a mesma. Você finge ser um personagem que você cria. Pode ser Polícia e Ladrão. Poder ser cavaleiros e bárbaros. O cenário, o mundo de faz de conta, não importa. Pode ser desde aventuras na Terra Média, do Senhor dos Anéis, até aventuras no futuro.

No RPG, diferente das brincadeiras de criança, um dos jogadores narra o mundo, o cenário onde a brincadeira acontece. No nosso exemplo acima, o chamado Mestre do Jogo ou Narrador, poderia descrever aos "jogadores". Vocês estão na Avenida Paulista. João é o policial. Artur é o bandido. Você, Artur, está dentro do banco. Seu roubo na madrugada fria deu errado, a dinamite não explodiu o caixa, e a polícia, uma viatura, que estava voltando ao DP, foi chamada para averiguar, e te viu ai dentro.

João: Eu grito para ele, usando a porta do carro como cobertura "Saia, você está preso".
Artur, para o mestre: "tem alguma coisa para usar de cobertura aqui no banco?"
Mestre (eu): tem aquelas mesas de preencher cheques e envelopes, no centro do salão da agência.
Artur: Eu quebro ela, para me dar uma cobertura parcial e me abaixo por de trás dela. Então eu grito: "Eu não vou sair, venha me pegar se quiser". E eu atiro nele.

Neste momento, o que pode decidir se o tiro de um ou do outro pode acertar, são as regras. Não é complexo, é só uma forma de definir quem consegue atingir ao outro. Ou não. Vamos dizer que o policial, o personagem do João, é um cara treinado na academia para usar armas de fogo. Tem que fazer provas de precisão à cada seis meses. Mas usa pouco a arma no mundo real. Em um dado destes comuns, de seis faces (aquele que vem no Banco Imobiliário, por exemplo), João poderia acertar seu tiro se tirar 1, 2 ou 3 no dado, em uma jogada. Artur, mais azar, nunca teve treinamento formal. Mas brinca bastante com armas de fogo, atirando em latas e em paredes nas "quebradas" onde mora. Ele poderia acertar o policial com 1 ou 2 no dado.

Artur declarou que iria atirar no policial, ele rola o D6 (notação para definir qual dado será usado, D, de Dado, e o número de faces que o dado tem, no caso, um dado comum, de 6 faces). Ele tira 3 no dado. Erra por pouco o tiro, acertando a porta da viatura, por exemplo. O mestre pode definir que o tiro pegou em qualquer coisa, já que ele errou a jogada, mas como errou por pouco, o mestre definiu que a porta seria perto o bastante. Para dar mais veracidade à cena, o mestre decide narrar um pouco:

"O bandido se levanta de trás da bancada tombada, e atira. O tiro estraçalha a parede de vidro do banco, fazendo uma chuva de cacos caírem. João se abaixa instintivamente e ouve uma pancada seca do tiro atingindo sua viatura. Artur só pode ver que errou quando os vidros terminam de cair, um segundo depois. João, o que você vai fazer agora?".

João: eu grito "Renda-se!" e atiro nele também.

João rola um D6 e tira 1. Pobre João. Acertou em cheio. No RPG, como nos video-games, nossos personagens têm pontos de vida, que representam a saúde e a resistência à dano que nossos personagem possuem. Para simplificar. Vamos definir que cada um deles tem 6 pontos de vida. E que a arma de fogo deles, um .38 e uma automática 9 milímetros, causam 1D6 de dado (ou seja, um dado, de seis faces). João, que acertou o tiro, joga de novo o dado. Tira um 3. Artur agora só tem 3 pontos de vida. E pode decidir se render, enquanto está vivo, ou tentar atacar de novo.

RPG, claro, não é só isso, só a situação de combate, mas esta sequência ilustra onde as regras são usadas, junto da interpretação de papéis. Em todos os momentos onde regras não são necessárias, basta o jogador declarar o que quer fazer, e o mestre avalia se é possível ou não.

Ajudou?

Comentários

Unknown disse…
Muitooooooooooooo boa explicação..agora sim entendi :)
Marcos Flud disse…
muito bom nada como jogar RPG

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