Overthinking: Of Monsters and Men
Gosto do inglês pela flexibilidade com que expressões nascem e são utilizadas. Num episódio do seriado Supernatural, em um momento alguém chega no elevador a alguém que ele pensa conhecer, e diz algo sobre seus sonhos, aquele tipo de assunto que gera no mínimo, constrangimento se tratadas em público, e o outro rapaz responde: "Dude, you overshare", algo como, você sobre-compartilhar, você compartilha demais! Este tipo de expressão, não esta particular, mas a forma sutil e elegante do inglês de se referir à pessoas e a comportamentos, são coisas das quais eu me apaixono ao aprender um idioma.
Para mim, uma expressão que logo de cara se aplica, é "Dude, you overthinking". Eu gosto de analisar coisas, e ver/encontrar/aplicar significados à coisas que não necessariamente tenham. Às vezes eu acerto. Na maior parte do tempo, contudo, eu erro. Mesmo assim, esta forma de agir sempre me ajudou a deduzir funcionamentos, encontrar "extras" numa trama de filmes ou seriados de TV. Battlestar Galatica é um exemplo. A trama não é relativamente complexa, mas o mote da história "Tudo isto que está acontecendo agora, já aconteceu antes, e voltará a acontecer de novo e de novo", falando sobre os erros da humanidade e como estamos fadados a repeti-los, às vezes fica mesmo um pouco complexo. Foi quando o meu conceito de
Eu contei tudo isso para dizer que eu me apaixonei por este clipe da banda norte-americana "Little Talks", "Of Monsters and Men". Eu vi esse clipe sem querer, na Mtv, e esqueci de ver o nome da banda ou da música. Que desespero para reencontra-lo. Buscava tentando descrever as cenas. Nem uma palavra da música tinha ficado na minha mente, para me nortear. Por sorte eu lembrei do canal do YouTube, VEVO, que é dedicado à músicas. Fui em alternativo/indie e encontrei: Melhor clipe de 2012! (Na minha opinião, bem elegido).
O clipe retrata um curta metragem, a busca de cinco tripulantes por um meteoro desconhecido, e seu retorno para casa, cruzando por regiões desconhecidas e por monstros. No meteoro, contudo, eles encontram uma espécie de fada em escala humana. E este ser passa não só a acompanhá-los, como também defendê-los dos monstros que eles vão encontrando.
Me fascina nesta animação duas coisas: primeiro e que salta aos olhos, é a qualidade da imagem, da animação, em cenas lindas que mesclam o clima de filmes de ficção dos anos 30, com aquele stop motion e um tom preto e branco, (lembra muito o clipe do Smash Pumpking, Tonight Tonight), mas com a resolução da computação moderna, tornado o clipe belíssimo.
Outro detalhe, agora imergindo na história, é a valentia dos tais 5 marinheiros/expedicionários. Eles passam por situações absurdas, possuem uma fada mágica poderosíssima, e mesmo assim, diante de cada monstro ou dificuldade, não se voltam para ela, em busca de esperança ou pedindo socorro. Simplesmente enfrentam a situação, até serem salvos. Achei sensacional. O roteirista poderia ter imposto esses "olhares suplicantes" ou determinado que os personagens "buscam para a 'fada mágica do meteoro' em busca de auxílio", mas eles escolheram que os personagens só olham adiante, só buscam a próxima ação, o que dá para fazer, como enfrentar a dificuldade.
Nós somos homens (a raça, não o gênero), e enfrentamos nossas dificuldades, nossa curiosidade infinita nos impulsiona sempre à frente, não importa o que aconteça, o quão grande seja o monstro. É o que eu tiro do filmezinho, mas, de novo, eu posso estar apenas "overthinking" um mero trailer musical...
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