Só que não...

Com minha esposa viajando por quase todas as férias de verão, tive bastante tempo para me dedicar à redes sociais e conhecer novas pessoas. Algumas eu continuo conversando até hoje, e fiquei muito feliz de me afeiçoar a elas e espero, que elas à mim. Vocês sabem quem são, dar nomes só me faria esquecer alguém, sem motivo algum, e perder uma amizade.

O que eu não sei o nome, são de alguns novos desafetos que eu conheci. Se me permitem parecer um senhor falando sobre tecnologias novas, há algo de velho que eu estou enfrentando pela primeira vez, e como não sei fazer outra coisa, eu decidi fazer uma crônica sobre o assunto, mas antes, uma história que tem circulado nas mesmas redes sociais:

Um homem precisa ir à cidade todo dia, para resolver assuntos de bancos, papéis e afins. Ele não tem muito dinheiro e sua esposa decide acompanha-lo, pela companhia mesmo. Sem outro jeito e com algumas coisas por comprar na cidade, ambos vão todos os dias, sobre um jumento da família. E iam os dois sobre o jumento, que na volta trazia as provisões no seu lombo.

Um dia, alguém falou para eles: "que falta de respeito com os animais, fazer um jumento carregar dois adultos saudáveis!". O casal se envergonhou, e então no dia seguinte, ele ia ao lado e a mulher sobre o jumento. Quando alguém falou: "isso sim é uma mulher que coloca o homem em seu lugar, vai junto do jumento enquanto a princesa vai sendo carregada". Ambos se envergonharam e decidiram deixar o jumento só para carregar as compras da volta para casa. Ambos iriam ao lado do jumento. Foi quando alguém falou: "olha que burros: duas pessoas carregando e um jumento sem carga nenhuma ao lado˜".

É impossível agradar a todos. É impossível ter razão aos olhos alheios, tão cheios de pressa em julgar e tão pouca vontade de fazer diferente. Eu às vezes me orgulho de passar dos 30, estou indo para a idade de Cristo mais precisamente, e ainda saber as gírias e expressões da web, mesmo sem viver disso. Às vezes, por outro lado, me envergonho de saber tanto sobre este meio e me sinto meio deslocado entre aqueles da minha idade. Expressões como Só Que Não, ou #sqn, TGIF (thanks God its friday ou Thanks God I'm Fabulous) e afins. Seja como for, este janeiro e fevereiro, feliz da vida por estar me enturmando na web, eu usei e gastei o que sabia das gírias. I know web-language, numa referência às gírias em seriados norteamericanos: street language.

E comecei a notar, pontas aqui e ali, anônimas, é claro: Pleno 2013 e tem gente usando só que não. Pleno 2013 e o Facebook já é o novo Orkut. E coisas do gênero. Eu pensei em não me incomodar. E me incomodei, é claro. A internet nunca se pareceu tanto a uma criação de trolls, em cativeiro, para propagarem o ódio em comentário e indiretas, e se você deixar, isso te afeta sim. Por isso, decidi deixar aqui esta crônica. Colocando-a no blog, eu tiro ela da cabeça, e deixo o texto como referência futura ao Trolls.

Lembre-se, não importa o que se faça, haters gonna hate. E só.

Comentários

Lívia disse…
Agradar a todos é impossível, já desisti disso. Quem gosta de mim, gosta do jeito que sou, com direito as minhas grosserias e explosões de humor.
Engraçado vc falar das gírias, pois eu tb as sei, mesmo não usando na maior parte do tempo. Não tenho vergonha de sabê-las, isso mostra que não parei no tempo, não é pq temos 30 e poucos que devemos barrar o novo, ao contrário, devemos conhecê-lo (e somos da geração Y, a geração com síndrome de Peter Pan, kkk).
Ótimo texto!
Beijos
Anônimo disse…
"Anônimo disse:" na concha de tu hermana que te recontraparió!

Paulo disse:

Infelizmente os olhos alheios aos quais disponibilizamos as palavras selecionadas vêm junto com bocas alheias que nos forçam ouvido abaixo palavras nem um pouco selecionadas :(

Ótimo escrito, mestre!
odetecampos disse…
Uma vez alguém me disse : que se alguém tem que ser feliz que seja voce ...

Postagens mais visitadas deste blog

RPG - Classe/Raça: Kobold

Geração Xerox

Overthinking Back to the future