Criar produtos nacionais e inovadores é possível?

Quando vemos o seriado The BigBang Theory, um seriado onde quatro nerds têm como profissão, viver de pesquisadores universitários, nos perguntamos se há tal profissão no Brasil. Ou ao menos desejamos que tivesse. Os Estados Unidos pode ter um monte de defeitos, mas ninguém nega o poder inventivo do povo norte-americano, e a questão é bem simples, você tem que ter produtos nacionais, para que faculdades nacionais desenvolvam pesquisas à respeito.

O Brasil de certa forma, até é bastante evoluído neste aspecto, quando se trata de produtos fármacos, com a flora exuberante que temos aqui, e toda uma cultura oral indígena de medicina natural, era um setor no mínimo mais fácil de criarmos estas pesquisas. Mas e outros produtos? O que há de produtos nacionais que poderiam se beneficiar de pesquisas universitárias ou criar uma cadeia de necessidades?

Antes, deixe-me explicar o que é essa cadeia de necessidades: empresas nacionais, sem recursos para desenvolverem pesquisas e melhorias específicas em seus produtos, subcontratam universidades, com dinheiro que seria destinado à impostos e que passam a ser aplicados diretamente nas universidades, criando empregos e fomentando a pesquisa nacional. As universidades passam à ter acesso à máquinas e equipamentos de ponta e desenvolvem um currículo acadêmico cada vez melhor, ao longo das pesquisas desenvolvidas. Quando as empresas lançam bons produtos nacionais, elas logo se vêem criando concorrentes, que passam a imitá-las, e para aumentar sua sigilosidade, desenvolvem centros de Pesquisa & Desenvolvimento internos, mais ágeis e mais sigilosos, buscando pesquisadores no mercado, justamente, nas universidades, que se vêem obrigadas à reciclar seus pesquisadores, gerando uma cadeia de inovação e uma cadeia de necessidades.

Numa rápida circulada pelas ruas de São Paulo, o que vemos nas vitrines são computadores importados, celulares importados, carros importados de todos os cantos do mundo. Não importa o quanto nós possamos consumir deste produtos, pouco deste dinheiro é revertido ao Brasil, e a maior parte vai embora, para as matrizes estrangeiras. Tirando roupas, perfumes e bijuterias, muito pouco é realmente nacional.

À cada tanto, surgem malucos, visionários, sonhadores, como disse justamente outro estrangeiro, Steve Jobs, que ousam sonhar com produtos brasileiros, João Augusto Conrado do Amaral GURGEL, foi um deles, Hélio Bruck Rotenberg é outro, presidente da Positivo. Mas sobre eles, sobre seus ombros, sempre acaba pousando a comparação e as exigências de serem iguais ou melhores à produtos estrangeiros, à muito mais tempo no mercado, a cobrança por preço, quando sua demanda é muito menor, e logo suas compras em escala também são, e estas indústrias acabam sucumbindo ou subsistindo.

Será que esse cenário pode ser mudado? Esse texto continua amanhã...

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