Manias de artistas

Um dos livros mais legais que já li sobre criatividade foi: Time Management for Creative People (Gestão do tempo para pessoas criativas), e o que tem de mais legal neste livro é a forma como seu autor, Mark McGuinness, consegue desvendar as manias dos artistas.

No livro, McGuinness exemplifica diversos artistas considerados excêntricos para criar, uma escritora que todas as madrugadas dirigia para um Hotel, por exemplo, se hospedava até meio dia em um quarto, mas não um quarto qualquer, um que não tivesse nada pendurado nas paredes e nenhum móvel além da cama, e escrevia, de próprio punho, em páginas de anotações amarelas, por toda a manhã, todos os dias até terminar seu livro. Outro artista citado é um maluco, que para escrever, cercava sua mesa com maçãs podres e só quando o cheiro, entre cítrico, doce e podre era sentido, conseguia escrever.

McGuinness nos mostra estes, entre tantos outros efeitos, para provar um ponto, a mente funciona por gatilhos, e duas coisas são importantes para dispará-los: um tempo correto por dia, fixo, e gatilhos emocionais, como odores e um ambiente padrão. E assim, ele nos mostra como o que parecem processos absolutamente caóticos de criação, são na verdade, pessoas extremamente sistemáticas para criar, pode-se dizer, disciplinadas.

Segundo o autor, nossa mente tem um período do dia que é mais criativa, mais orientada à soluções e a criação, e esse período do dia é diferente para cada ser humano do planeta. A primeira coisa para quem almeja ser criativo, é encontrar em si estes momentos onde as idéias parecem surgir do nada, jorrando aos borbotões, e protegê-lo muito bem. Seguir à risca uma disciplina horária para a escrita.

O segundo fator, é determinar quais instrumentos lhe fazem produzir mais. No exemplo de escritores, pode ser o ambiente, pode ser o fato de usar a máquina ou à mão (ou o computador na era moderna), e podem ser odores, que lhe façam visualizar e viajar mais facilmente por seus períodos mais criativos.

Eu, recentemente, me dei conta que onde eu mais escrevo, melhor escrevo, é fora do computador, ou em computadores antigos, onde posso resistir à compulsão de checar redes sociais e de navegar na internet. Também notei que escrever à mão me dá muito mais satisfação, me dá a sensação de estar, de fato, produzindo algo, diferente das meras batidas ao teclado. E percebi, então, que embora escreva desde muito jovem, meu ápice da produção foi num iMac de 1999, mal conectado à internet, e depois, através dos meus Palmtops, que sempre estiveram ao meu lado, seja nas férias no litoral argentino, num ônibus em viagem ou no metrô, onde escrevo estes textos.

E você, qual a mania mais estranha que já viu um artista ter? E quais são suas manias para criar o que quer que seja?

Para baixar sua cópia grátis do livro citado: http://media.lateralaction.com/creativetime.pdf

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