Dia das mães
Me lembro das vezes que deixei minha mãe orgulhosa menos do que das vezes que a deixei triste. Me lembro de cada vez que a fiz chorar, e o misto de emoções, entre raiva e tristeza pelo fato que isto me causava. Lembro de discussões homéricas que tivemos, de coisas horríveis que já lhe disse, sem nunca ter ouvido o mesmo em retorno. Lembro dos dias tristes, pois eles me ensinaram muito.
As vezes que fiz minha mãe feliz, ela estava feliz por mim, ela estava feliz que seu filho tinha ido bem na escola, tinha recebido um elogio ou tinha se destacado. Alegria de mãe nem deveria contar, quase nunca é por ela mesma. Mães não ficam felizes dizendo "Que bem que criei estas pragas!", elas ficam felizes quando ficamos felizes. E só.
Agora a cada vez que fiz minha mãe chorar, cada vez que minha mãe tentava desesperada me mostrar que eu estava na direção errada, e buscava falar, gritar, gesticular, ameaçar, na busca vã de me fazer compreender, eu me lembro de como a deixei triste, por não escuta-la, por desafia-la. Por que ela sabia, que em 90% por cento das vezes, eu estava indo na direção errada e isso iria me machucar. E isso a fazia sofrer por antecipação.
É engraçado como cada vez que lembro das discussões, ou dos momento que fiz minha mãe feliz, nunca, nunca ela ficou feliz por uma conquista dela através de mim. Ser mãe é a provavelmente a coisa mais desapegada que um ser humano pode ser.
Por isso, e principalmente por isso, mãe, feliz dia das mães. Eu não estaria aqui, se não fosse você, me colocando na rota certa quando precisava, e sofrendo por mim, quando eu saía. Eu te amo, muito, para sempre.
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