Tobias não era Marley
Tobias não é Marley. Era um gato gordo, 10 quilos, muito grande, como um cão de médio porte, a lajota do pisto é de 50 x 50 cm para se ter uma ideia. Era um gato mal humorado também. E cheio de manias. Tinha lugar à mesa, e um pratinho para ele roubar nossas comidas. Gostava de frutas de sobremesa. Não gostava de usar a janela e fazia a casa toda ficar abrindo e fechando as portas para ele, noite à dentre, sobe pena de não poder dormir com seus incansáveis miados.
Gostava de dormir embaixo do cobertor onde você estava. Se acomodava embaixo da coberta e entre suas pernas. E ai de você se mexer, ele reclamava. Era terrivelmente carente, mas odiava colo. Gostava de ser escovado no piso do quintal, onde está no momento desta foto, com sua escovinha específica. A glória para ele era você passar aqueles rolos de fita adesiva da 3M, própria para tirar pelos das roupas, nele todo. Vibrava feito um motorzinho.
Por ser esta mescla de gente que não se mistura com carência, ele nunca vinha no seu colo ou pedia carinho perto de você, mas também nunca deixava de orbitar qualquer ser humano pela casa. Da empregada ao avô centenário. Tinha que lavar o carro? Lá ia ele com você.E arrumar uma cadeira? Ele também ia com você. Reclamaria miando a cada martelada, mas não sai do seu lado. Tinha que cozinhar? Ele se prontifica a deitar no centro geométrico da cozinha, entre o fogão, a pia e o escorredor, fazendo você se contorcer para não pisá-lo. E ainda assim, você iria amar esta praga cor areia.
Ele gostava de brincar de pegar bolinhas de plásticos, de brincar de lutazinhas com sua mão (e te encher de arranhões e mordidas) e de lamber o vão entre os dedos do seu pé. Dos dois pés. Ele podia ficar até 10 minutos na pouca higiênica e tão gostosa arte de laber-lhe o vão dos dedos com aquela língua áspera. E depois iria para o quintal e pediria por carinho nele, com a escova dele e sobre o paninho (toalha de banho)
rosa que ele gostava.
Esse era o Tobias. Meu gato. E que Deus o tenha, bicho safado
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