Ode ao fetichismo
Não sei descrever o que me fascina tanto naquele andar, aquele passo cadenciado de
uma pele que parece emanar luz própria de tanto que brilha e o antagonismo daquela
brancura angelical com negro, por vezes fosco, por vezes verniz, que calçava.
Não sei o que me hipnotiza e toma de mim minha vontade própria e me faz ficar parado, sem ver o tempo passar enquanto aquele andar pausado não parar, ele sim, de passar por mim. E o gingar cadenciado da beirada do tecido que flutua no ar pouco acima da rótula que agora não chama mais assim, enquanto revela, passo a passo, um coxa branca e ao mesmo tempo ríja e macia, uma pele feliz. Deslizando de forma sedutora sobre a superfície lisa e perfeita daquela tez maravilhosa, tocando-a e acaricindo-a suavemente.
Há também aquela sensação inexplicável de seda no olfato, ao sentir o seu perfume no ar, que é como passar a mão de leve num tecido aveludado, passar a mão bem de levinho, mas impressiona o quanto é delicado e estranho sentir isso com o olfato de um cheiro tão doce e que não enjoa assim mesmo.
Não me impressiono por seios ou bunda, nem por cinturas, mas pelo conjunto da obra que magicamente alta aos olhos em destaque de neon quando sob tecidos que deveriam objetivar, originalmente, ocultá-los, disfarçá-los. Eu amo a forma com que o tecido cola no corpo de leve, revelando tudo aquilo que oculta, fazendo dobras impossíveis para continuar tocando a tês, como que apaixonado.
Não sei o que me hipnotiza e toma de mim minha vontade própria e me faz ficar parado, sem ver o tempo passar enquanto aquele andar pausado não parar, ele sim, de passar por mim. E o gingar cadenciado da beirada do tecido que flutua no ar pouco acima da rótula que agora não chama mais assim, enquanto revela, passo a passo, um coxa branca e ao mesmo tempo ríja e macia, uma pele feliz. Deslizando de forma sedutora sobre a superfície lisa e perfeita daquela tez maravilhosa, tocando-a e acaricindo-a suavemente.
Há também aquela sensação inexplicável de seda no olfato, ao sentir o seu perfume no ar, que é como passar a mão de leve num tecido aveludado, passar a mão bem de levinho, mas impressiona o quanto é delicado e estranho sentir isso com o olfato de um cheiro tão doce e que não enjoa assim mesmo.
Não me impressiono por seios ou bunda, nem por cinturas, mas pelo conjunto da obra que magicamente alta aos olhos em destaque de neon quando sob tecidos que deveriam objetivar, originalmente, ocultá-los, disfarçá-los. Eu amo a forma com que o tecido cola no corpo de leve, revelando tudo aquilo que oculta, fazendo dobras impossíveis para continuar tocando a tês, como que apaixonado.
Mas tudo isso, tudo isso é nada comparado ao andar cadenciado e gingado, ao
balanço gostoso de pernas em passo com a cintura a movimentar-se docemente,
dulcíssimamente, através do movimento combinado de quadris salientes e saltos altos
que olho fissurado, ouvindo o gostoso ritmar marchando sobre mármore, a cada
silêncio de uma sala de aula, quando o barulho passa por debaixo da porta e toma a
sala quieta de assalto, fazendo todos (e todas) olharem instintivamente, sem pensar,
sem notar que todos e até o professor dão uma olhadinha, para ver quem é a dona
desta vez do cadenciado musical que nos atrai e hipnotiza.
E os antagonismos, sempre eles, do alvo das pernas lisas e brilhantes, que culminam,
deliciosamente, em sapatos de salto. Negros ou roxos de preferência.
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