Qualquer coincidência não é mero acaso...
Inspirado por Engenheiros do Hawaii (e Humberto Gessinger)
A música dos engenheiros do hawaii repetiam- se de forma mecânica em sua cabeça e ela já nem ouvia o rádio ha muito desligado sem perceber que o pior que poderia acontecer era o carro bater quando ela ultrapassava cento e trinta e fechava os olhos bem forte expulsando todas as lágrimas dos seus olhos inchados e escuros de maquiagem toda escorrida e borrocada, chegando à boca a lágrima imunda diante do batom escuro que pegava no dente e ela descrente que dirigia mais de cento e trinta sem pensar no que fazia, tudo por que ele não quis vê-la, ele não quis pegá-la, ela só queria um abraço, um beijo, um pedaço do seu apartamento e o concreto paira no ar como uma poesia de jean Edgard, mas ela queria mesmo é que o mundo explodisse enquanto já vencia o shopping internacional, voando pela Dutra livre da madrugada de final de semana sem samba nestas terras imundas, turbas, putas, tudo são mulheres, bocetas, e ela, porra? ela só queria amar e ser amanda, queria a pampa, e a pampa é pobre à pampa, e o carro desgovernado, já sem saber pra que lado vai enquanto ela lá dentro soluça e ri de si mesma, em trajes brancos ridículos de meia calça delicada rasgada e sapato de salto alto branco, feio mas feminino, perfeito para mulher que não quer só dar, mas que também casar, e ela sentindo-se idiota de ter ido a casa dele, naquele final de semana, vestida de noiva, pensando que ele ia gostar, beijar, gozar, e ela ia rir e festejar a brincadeira, só que ela não pensou naquela puta na cama com ele e o cínico ainda abre a porta e ela ali, nua e ela ali, toda de noiva e de branco com buque e sorriso murchos e machucados no rosto sem saber o que fazer começou a rir e se atirou no carro que dirigiu até a puta que a pariu. No dia seguinte o jornal fala, trágico, do acidente entre uma mulher maluca, num pálio que mata cinco e um otário, na capital, que se mata quando tinha de tudo, tudo que o dinheiro pode ter, uma cama de sexo desarrumada, uma puta morta, segundos antes e o rádio, tocando sem parar mais, diante do corpo amargurado, um erro assim tão vulgar, que nos persegue a noite inteira e quando acaba a bebedeira consegue nos encontrar com a cara embriagada num bar...
A música dos engenheiros do hawaii repetiam- se de forma mecânica em sua cabeça e ela já nem ouvia o rádio ha muito desligado sem perceber que o pior que poderia acontecer era o carro bater quando ela ultrapassava cento e trinta e fechava os olhos bem forte expulsando todas as lágrimas dos seus olhos inchados e escuros de maquiagem toda escorrida e borrocada, chegando à boca a lágrima imunda diante do batom escuro que pegava no dente e ela descrente que dirigia mais de cento e trinta sem pensar no que fazia, tudo por que ele não quis vê-la, ele não quis pegá-la, ela só queria um abraço, um beijo, um pedaço do seu apartamento e o concreto paira no ar como uma poesia de jean Edgard, mas ela queria mesmo é que o mundo explodisse enquanto já vencia o shopping internacional, voando pela Dutra livre da madrugada de final de semana sem samba nestas terras imundas, turbas, putas, tudo são mulheres, bocetas, e ela, porra? ela só queria amar e ser amanda, queria a pampa, e a pampa é pobre à pampa, e o carro desgovernado, já sem saber pra que lado vai enquanto ela lá dentro soluça e ri de si mesma, em trajes brancos ridículos de meia calça delicada rasgada e sapato de salto alto branco, feio mas feminino, perfeito para mulher que não quer só dar, mas que também casar, e ela sentindo-se idiota de ter ido a casa dele, naquele final de semana, vestida de noiva, pensando que ele ia gostar, beijar, gozar, e ela ia rir e festejar a brincadeira, só que ela não pensou naquela puta na cama com ele e o cínico ainda abre a porta e ela ali, nua e ela ali, toda de noiva e de branco com buque e sorriso murchos e machucados no rosto sem saber o que fazer começou a rir e se atirou no carro que dirigiu até a puta que a pariu. No dia seguinte o jornal fala, trágico, do acidente entre uma mulher maluca, num pálio que mata cinco e um otário, na capital, que se mata quando tinha de tudo, tudo que o dinheiro pode ter, uma cama de sexo desarrumada, uma puta morta, segundos antes e o rádio, tocando sem parar mais, diante do corpo amargurado, um erro assim tão vulgar, que nos persegue a noite inteira e quando acaba a bebedeira consegue nos encontrar com a cara embriagada num bar...
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