Resenha: Remix em Pessoa


Um dos espetáculos mais diferentes que já fui assistir foi ao espetáculo entitulado: Remix em Pessoa, onde Jô Soares interpret os textos de Fernando Pessoa - isto é, textos em sua maioria do heterônimo Alvaro de Campos - ao som das músicas do DJ Billy Forghieri. O vídeo faz as vezes até melhores que as de um trailler. 


Muitas pessoas que conheço têm preconceito, até mesmo ojeriza à menor menção do nome dele, mas eu não. Muito pelo contrário tenho mesmo admiração. Desde quando ele começou o programa na Globo, e parou com a coluna que eu adorava na Revista Veja eu já o vi escrever tres livros: O Xangô de Baker Street, O homem que matou Getúlio e Assassinato na academia de letras, produziu um filme sobre seu primeiro livro, dirigiu uma meia dúzia de peças, a última "Rei Lear" e agora esta onde ele atua e co-produz ao lado da diretora e amiga "Bete Coelho". Tudo isso sem mencionar o programa de entrevistas que mantém diariamente na Globo.

Mas o espetáculo na verdade foi uma delícia, houve certo exagero no sotaque português de Jô Soares, sim, houve, mas suas interpretações, em solo, ele, o DJ, e os fundos de imagens projetadas sobre telas translúcidas, formaram um show à parte. 

Eu admiro este Jô Soares, por que sem precisar, financeiramente falando, ele continua a buscar e a produzir cultura. Algumas pessoas podem falar "mas ele é arrogante", "mas ele toca mal os instrumentos que se propõem , e eu vou dizer, pode até ser que ele seja arrogante, mas e daí? Ele pode! Quantos anos de TV, roupas ridículas e situações ruins ele já não passou para chegar lá? Ele realmente pode,

E sobre os instrumentos, quem tocar um bongo melhor que ele, fique à vontade... Por último, fico à vontade de escrever tudo isso antes de ir ao show, por que sei que mesmo que seja ruim, continuará a ser uma importante busca de cultura, num país tão carente como o nosso...

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