Resenha: Rhithms del Mundo

Odeio ser auto referente, Jô Soares faz isso e isto ajuda muito a fama de "egudo" (que tem o ego enorme, e me refiro a ego mesmo, ok?), mas desta vez não tem jeito, como costumo falar, o mundo é uma enorme conspiração de idéias que convergem e se complementam, em maior ou menor escala.

No programa do Nelson Freire (o Midas brasileiro) da rádio Eldorada, o Sintonia Fina, uma vez ele nos apresentou as Puppini Sisters, um trio de garotas que gravava músicas contemporâneas como se fossem cantadas por aqueles trios e quartetos de vozes dos anos 30, e assim regravavam Panic dos Smiths e várias outras. Eu adorei, gravei o programa e fiz uma caçada obstinada pela net até achar suas músicas..

Pois bem, outro dos artistas que Nelson Freire apresentou na rádio foi Rhythms Del Mondo cantando junto com Coldplay uma versão latina e bastante viva, colorida, alegre de Clocks e ficou maravilhosa. Também cacei e gravei a tal música e a mesma, depois de 30 repets no meu CD, ficou esquecida até semana passada.

Na Argentina eu queria Ler Borges, mas levei um livro ruim para isso, O livro dos seres imaginários, que não é para ser lido na sequência, mas sim para se abrir e ler, ou caçar em seu índice este ou aquele animal em especial e, sendo assim, li mais do que esperava o livro da Fernanda Takai, "Nunca subestime uma mulherzinha". Entre diversos causas que ela narra lá, ela falar da Lady Africa, uma artista de imenso sucesso nos anos 70/80 e que hoje vagava esquecida e muito pobre nos subúrbios londrinos, o que era muito triste por que ela parou de cantar depois de um derrame (ou um acidente?) e sem o marido para ajudá-la, ela estava mesmo sem dinheiro e esquecida. 

Fernanda conta então que aproveitou-se de uma viagem para a Inglaterra e, para ajudar a artista e também homenagear o belo trabalho que a mesma prestara para o mundo que lutava contra o preconceito e apartheid, ela iria gravar uma das músicas de Lady Africa. Pois bem, lá, no estúdio, ela descobriu que a mesma havia morrido, quase anonimamente um ano antes. Ela não conteve o choro e eu, que lia, também me emocionei bastante.

Agora chegamos de volta ao CD Rhythms Del Mondo. Estou caçando na internet informações sobre este maravilhoso CD, comprado ao acaso como "recuerdo" de "Mi Buenos Ayres Querido" justamente por casar bandas latinas com bandas americanas ou européias, num casamento muito alegre e versões lindíssimas em espanhol de músicas famosas como Franz Ferdinand "the dark of mantinee" ou ainda uma versão castellana lindíssima de "Don't know why" da Diana Krall, aqui interpretada por RDM com Vargas Borges, mas, a nota que encontro sobre o CD não me ajuda em nada na sua resenha, ele a encerra com uma martelada seca:

Rhythms del Mundo é um álbum lançado pelo grupo Buena Vista Social Club em 2006.
As estrelas da música cubana Ibrahim Ferrer e Omara Portuondo contam com a participação de artistas como U2, Coldplay, Sting, Jack Johnson, Maroon 5 , Arctic Monkeys, Franz Ferdinand, Kaiser Chiefs entre outros.
No disco embora os vocais permaneçam em sua maioria o mesmo, cada música teve um arranjo diferente, feito pelos músicos do Buena Vista, criando algo diferente, com seu ritmo próprio.
Os outros artistas do Buena Vista que tocam no disco são Barbarito Torres, Amandito Valdes, Virgilio Valdes, Angel Terri Domech, Manuel 'Guajiro' Mirabal, Orlando Lopez 'Cachaito' e Demetrio Muniz.
É o último disco de Ibrahim Ferrer, que veio a falecer em 2005.

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