Capítulo 2: Reality Show

Flock não conseguia entender o que tinha acontecido. Aquele tinha sido um dia regular, chegar na sua casa vazia, com a cueca na cabeça, como Berto havia ordenado, quando o fez tirar a cueca sem baixar as calças, um truque que Berto era muito feliz de ter inventado, ao fazer a cueca sair pela cabeça, e não pelas pernas do alvo.

Aquele dia, Flock tinha tido um ótimo dia. Ele não apanhou na cabeça uma única vez, e ainda foi convidado para o aniversário de Leah, então, por que aquilo estava acontecendo? Ele estava sonhando? Seu rato Flash subitamente havia começado a falar, e o pior, confessou haver testemunhado sua descoberta da sexualidade, ao menos que tange a Flock e a seu próprio membro, nas noites solitárias. E agora ali estava ele, Flash, olhando-o com olhos conscientes e esperando uma resposta dele.

- Flock, você ainda está aqui, né? Eu te escolhi justamente por te achar burro demais para enlouquecer, não me decepcione.
- Desculpa Flash, eu ainda estava pensando nas meias de ontem...
- Ah, maldito Rylleh, esqueça isso, eu preciso de você amiguinho. E meu nome não é Flash.
- Quem é Rylleh, e qual o seu nome? - Dizia Flock olhando para o rato sem piscar e em tom monótono. Sua mente estava distraída pensando em construções abissais, de tetos feitos como abóbodas gigantes, onde o mundo não passa de um devaneio furtivo de uma criatura muito maior e insana, impossível até mesmo de descrever e...
- Flock! Pelos criadores! Flock!
- Hã?
- Preciso de você meu amigo. Hoje você será meu primeiro cultista. Meu próprio adorador. O primeiro!
- Hum... Tetos gigantes e meias sujas. Acho que estou um pouco confuso.
- Vou te dar um pouco de background então.
- O quê?
- Por Rylleh, que burro! Escuta Flock, o mundo que você conhece não existe. É só um sonho na mente de uma criatura muito maior, um sonho leve, desses que você tem durante o intervalo comercial de um programa de TV. E seu mundo acaba de mudar. Nós estamos nele. Deuses antigos que invadiram o sonho do grande sonhador, para brincarmos nele.
- Sei... - Mas ele não tinha ideia do que acontecia.
- Somos 400 deuses e queremos ver qual de nós consegue ter o maior número de adoradores.
- E você já tem 1?
- Isso. E agora vamos lutar para conquistar todas as ilhas, e ver quem tem o maior número de adoradores.
- Ótimo, e onde eu entro nisso?
- Você, meu amigo, irá começar a colecionar outros deuses, para me levar ao primeiro lugar.
- Esta bem. Você se importa em dormir na sala hoje? Acho que agora não posso mais dividir meu quarto com você. E eu tenho coisas para fazer, se me entende.
- Flock, durma bem, faça as malas, e amanhã, vamos conquistar o mundo. E mais uma coisa.
- Sim?
- Meu nome é Pikathulhu.

<<continua>>

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