Capítulo 26: A despedida de Berto

Ao voltarem para Armitage, incrivelmente mal vestidos para a ocasião, isto é, Berto tinha um terno muito elegante, mas assim como ele, Leah e Flock mal podiam andar na floresta de scarpin, tailer e meia fina. Chegaram à cidade ainda mais cansados do que na ida atrás de um balão, correndo. Estavam exaustos.

Foram para o templo Pokéthulhu, onde deixaram seus deuses, dando até mesmo pouca atenção à enfermeira Sarada. Apenas Berto insistiu em dizer que ela era ainda mais linda que a enfermeira Sarada de Sharnoph Reef. Eles precisavam dormir. E de roupas novas. Parece que tudo neste mundo novo tem um problema com sexualidade e escolha de roupas, e Flock ficava um pouco aborrecido com isso, já que isto sempre foi sua faceta principal.

No hotel, uma policial Gostosa esperava por eles. Mas antes que se preocupassem, ela já se adiantou:

- Fiquem calmos, eu sei que são inocentes, mas estou aqui para fazer um pedido...
- O que foi policial Gostosa? - Perguntaram os três.
- Vocês viram que nosso cultista líder foi morto pela equipe Eibon, não viram?
- Sim, sabemos, sentimos muito. - Disse Flock. Berto tentou arrumar o cabelo para uma cantanda, mas ainda estava tentando se distrair de uma apresentação de 3 horas sobre um novo programa que havia feito em sua vida no futuro...
- Eu queria convidar um dos três a ser o novo líder o ginásio, pensem nisso, por favor. Eu darei uma carona aos outros, para onde queiram ir...

Ser líder de um templo Pokéthulhu? Assim tão rápido. Não havia uma semana que estavam nessa vida. Mas por outro lado, os três haviam passado nas últimas duas horas, dez anos presos no futuro de vidas chatas. E isso parecia muito melhor do que haviam visto. Berto era evidentemente o mais feliz com a possibilidade, e assim, os três pediram um quarto e foram dormir.

Leah e Flock dormiram imediatamente, abraçados. Berto ainda andou pelo quarto um pouco. Estava ansioso como nunca. Ele só tinha um deus, e um mínnion ainda por cima, era o que menos contribuía ao grupo, e a cidade tinha uma enfermeira Sarada e duas policiais Gostosas. Talvez... Mas... E sem conseguir coordenar os pensamentos mais, ele terminou um relatório de 30 páginas sobre estatística de um novo produto que ainda nem existia, e foi dormir.

Na manhã seguinte, Leah e Flock se vestiam de si mesmos novamente. Isto é, Flock ainda usava as sapatilhas de Leah, e Leah calçava os tênis de Flock, ambos assinados um pelo outro. Berto porém, vestia-se do terno do dia anterior.

- Você vai ficar, né? - Perguntou Flock.
- É, respondeu secamente Berto.
- Não podemos mudá-lo de ideia? - Perguntou Leah
- Não... Eu só tenho atrasado vocês... Vejam, eu fui criado por macacos, e mal tive educação, mas aquilo que aquele bicho fez, eu ganhei perspectiva, e posso administrar um templo Pokéthulhu, colher os dízimos e invocar a cada tanto, novas criaturas ao nosso mundo...
- Parece interessante - Disse Flock, enquanto Leah acariciava o braço de Berto.
- Parece mesmo, disse Berto, com falso cansaço
- Então se cuida. Temos um deus consciente para recuperar e outro para capturar. - Falou Flock.
- Vocês também.
- Leah segurou nas suas mãos e o beijou na bochecha.

Quando já estavam saindo da sala, Flock olhou para trás e uma vez mais e olhou para Berto:

- Berto, mais uma coisa.
- O que?
- Butterfynx, conversão
- Não... Berto. Berto. Berto. Berto...
- E Berto-fynx, não tire mais esse vestido, por favor..

E os dois foram embora rindo... O amigo ficaria muito bravo com eles, mas no final, era uma lembrança boa como qualquer outra dos momentos que viveram juntos...

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