Steve Jobs - 2 anos da passagem...

Eu tenho uma teoria. É maluca, eu sei. Mas eu acredito que as empresas são um reflexo das pessoas que as criaram. Você pode arrumar bons empregados. Você pode arrumar bons líderes. Mas ninguém, nunca, em momento algum, irá trabalhar com o entusiasmo, e com uma visão de criar uma mudança, como aquele que criou a empresa.

Nós podemos ver a HP, que além de comprar a Palm em 2012, além de comprar a Compaq em 2005, além de comprar e comprar, o que podemos dizer que ela inventou na última década? Seus laptops são competentes, seus PC's são confiáveis. Suas calculadoras são veneráveis (ainda que tenham ficado mais burras, na contra mão da evolução das tecnologias móveis, pois vêm perdendo comunicações, portas de expansão e coisas que só quem operou um HP 48G, sabe o que faltam às novas calculadoras de engenharia.

A IBM existe de uma forma competente. Cria soluções aqui e ali que se tornam referência no mercado. Hoje o foco da IBM parece voltado para cloud, para soluções compartilhadas e softwares de criação de dados para tomada de decisões. BIS - Business Inteligence Solutions. Mas também não podemos dizer que inventaram algo. Seus administradores inclusive são muito citados no filme Piratas do Vale do Silício. Assista e veja que pontas cortantes que eram, afiados feito navalha, na tomada de decisões: "todo mundo sabe que o lucro está no hardware, não nesse negócio de software", alguém de incrível visão teria dito sobre o DOS e o pedido de Bill Gates de manter propriedade sobre o software.

Há centenas de outras empresas citáveis: FORD e GM têm hoje vendas e desempenho de de motores e consumo iguais aos carros da europa. Do século passado. Seus designs são criados na europa, em estúdios especializados. Todas as empresas passam por isso. O criador, o fundador, tem uma visão única sobre para onde levar a tecnologia. Se tivessem deixado Jeff Hawkins criar seu Palm Foleo, uma espécie de Netbook para sincronismo com smartphones e trabalho mais confortável entre Smartphones e seus dados, talvez a Palm ainda existisse, talvez ela tivesse despontado no mercado de Netbooks, tirando a ASUS com eu EEEPC do mercado. Talvez os smartphones não pareceriam lousas de classes de ensino de idiomas (grandes como duas cartolinas, mas pequenos para uma sala de aula grande).

Dizem que a muralha da China e o Samsung S4 são os únicos objetos feito pelo homem visíveis do espaço. iPhone 5 também está buscando isso, aparentemente.

Hoje, sem Jobs a Apple ainda existe como uma empresa de referência. Mas você pode identificar apresentadores antiquados, que não se modernizaram nos dois últimos anos, quando falando de inovação e produtos matadores, ainda citam o iPhone. E mostram uma foto do iPhone 2 ou 3. A Apple não é mais sinônimo de inovação. Ou talvez volte a ser. Não sei. Fato que eu imagino seus designers, ou brigando uns cons outros para impor seus conceitos de produtos, sem uma voz que xingue a todos e coloque a casa em ordem, ou então, pior, se olhando uns para os outros, todos esperando que o outro tenha a próxima mudança de paradígma que o iPhone original trouxe, quando a Apple passou a repetir a sí mesma.

A Apple não vai quase afundar tão já, como fez em 1986, quando demitiu Jobs. Ela criou um sistema de negócios, um eco-sistema, muito sustentável. Só se pode vender para iDevices por sua loja. Ela ganha sempre que alguém vende por ela. Com músicas funciona da mesma forma. Enquanto seus iDevices forem relevantes, o canal de ganhos está garantido. O problema é quando seu dispositivo não for relevante. Outros surgirem que então mais ninguém queira aplicativos ou músicas para plataformas Apple. A Palm em 2006 tinha 80.000 aplicativos oficiais catalogados para Palm OS. Um universo para a época e para a limitação de hardwares de seu tempo. E assim mesmo, ela sumiu do mapa.

Seja como for, alguém pode assumir a administração da Apple, colocar a casa em ordem e torna-la uma destas empresas gigantes no futuro, que vivem do sucesso e fortuna do passado, e um sistema de inovações discretas e constantes, para sempre. Como a HP, Microsoft, IBM e tantas outras, que até hoje existem, fazem produtos competentes, e é isso...

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