Capítulo 2 - alianças

Ainda sem saber bem o que ocorria, a vista de sua vila se distanciando na mesma proporção que aumentavam as nuvens de fumaça negra que subiam dela. Incligan olhou ao redor, desolado. Ele acabara de deixar seu mestre, e tudo que ele conhecia como vida para trás. Ao seu redor estavam mulheres, crianças e jovens.

- não acredito que pude deixar meu mestre para trás! - pensou em voz alta.
- como? Respondeu alguém que parecia ainda mais distraído que ele ao seu lado. Era jovem, mas pouco mais jovem que o próprio Incligan. E forte.
- desculpe, estava apenas pensando alto. Você tem alguma ideia do que esta acontecendo?
- nenhuma, meu pai apenas mandou eu correr pegar um dos barcos quando soube da invasão... Ele até me deu sua espada. 
- também não tenho ideia do que seja. Mas não gosto disso. Para onde esta indo?
- meu pai pediu para esperar por ele no próximo porto dois dias.
- e depois disso?
- depois disso, se ele não aparecer, ele me pediu para vingá-lo.
- sabe o que é engraçado nisso tudo, se é que posso falar isso?
- não tenho ideia...
- eu, como assistente de curandeiro da vila, numa vila portuária vomo a nossa, cansei de ver centenas de aventureiros passando e, busca de corrigir alguma disputa, ou vongar alguém, e eu nunca entendi como alguém poderia deixar tudo par tras, por algo tão baixo. Tão pequeno no grande plano das coisas.
- e qual é a graça?
- que agora, a única coisa que penso é em vingar meu mestre, e descobrir o que nos atacou. Mais nada. Só  quero afundar minha maça na cabeça do responsável.
- eu sei que você quer dizer com isso. Eu tenho meus tibares de ouro aqui, e posso usar sua companhia se o pior acontecer. E se der tudo certo, seremos então eu e meu pai para ajudá-lo.
- obrigado. Ah, me chamo Incligan, à propósito.
- kraugstein, o lavrador! Prazer! Mais um na lista potencial de andarilhos por vingança! 

E num aperto de mãos, um sacerdote e um lavrador se tornavam amigos, surgidos da calamidade, contrariando o que sempre criticaram, rodar um mundo em busca de vingança. Como se alguém, de fato, pudesse deixar uma vida cômoda só pela estrada...

No próximo porto, contudo, Na casa do burgo mestre, um par de portas se escancaravam com urgência. Um mensageiro entrava aflito na presença do burguês.
- senhor exene, seu filho, ele fugiu de novo...
- selters? De novo? Pois alguém o encontre e faça-o voltar aqui, agora!

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