Capítulo 12: Berta

Berta capturada ficou desmaiada. Ela se lembrava de ver o uma esfera em quatro dimensões surgir, tragar ao seu marido Andy e alguns dos Pokéthulhus, e desaparecer. O gesto levou parte do braço de O Louco, e o fez gritar e urrar de forma insana. Seu braço retrocedeu à forma humana, mas de uma forma amputada, do cotovelo para baixo.

O Louco então virou-se para os outros Pokéthulhus ali presentes, e com um olhar fixo, fez algo que Berta primeiro pensou que era uma luz, surgindo do peito do Louco, mas depois ela entendeu, estava tudo errado, era uma luz que era tragada para o peito dele, a luz tragou também a Butterfynx, Boiteratech, Yogoloth-Pod, Polithulhu-Warp, e todos, todos os deuses que estavam ali. Quando o festim diabólico terminou, não havia um único deus no templo. O Louco estava recuperado, tinha não apenas seu braço de volta, como também sua pele já não era albina, era algo quase café, e seu nariz havia voltado....

Berta ficou pensando, pensando, ela já havia visto aquele rosto antes. Em algum lugar... Mas aquele olhar, tão perturbado, tão insano, a fez tremer de medo, pânico, pavor, e então, ela desmaiou...

Quando acordou, ela teve a infelicidade de despertar da mesma forma que dormiu em seu próprio templo. Só que agora eles estavam num outro lugar, numa aldeia de pescadores. O Louco esmagava, matava, esguichava ácido, fogo e pedras sobre os moradores. Viu um mínnion de um Scuttle, uma versão menor do deus consciente de Leah, tentando defender a sua Vila e sua fazenda humana. Ele atacou com bravura, usou ataques que ela nem sabia existirem, mas no final, teve o mesmo fim de todos da vila, foi absorvida pela Louco. 

O Louco respirou fundo ao terminar, como quem come demais e muito rápido, e então fechou os olhos e vomitou, muito, larvas, cobras, minhocas, borboletas e uma estranha tartaruga, grande demais para ter saído dele... Berta pensou estar sonhando, há anos sem ver tais criaturas, tão normais, tão mundanas. 

O Louco havia se alimentado dos deuses delas, e regurgitado criaturas ordinárias. Ele não estava mais se curando apenas, ele estava tragando as essências delas. Talvez, só talvez, aquela criatura Louca, que se assemelhava a um ser humano adulto, fosse o maior perigo à nova ordem mundial, ao sonho e Rilleh, e ao novo mundo de Berta. Berta vislumbrou voltar a ser um valentão sem amigos na escola de novo, chamado Berto e educado por pais tão pobres e ignorantes, que ele preferia mentir que era macacos, e ninguém nunca conseguiu duvidar dele... Esta mera expectativa contrastava tanto com algo que ela tinha feito há pouco tempo, com algo que passava com ela justo agora, ela teve medo, e desmaiou de novo...

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