Capítulo 2: Mínnions vem, Mínnions vão...

A mera visão dos deuses que caminham entre os homens na Terra já são suficientes para fazer qualquer um largar tudo que esta fazendo e mudar-se para o Texas, onde terá uma fazenda de terras secas, uma cabana semi destruída pela tempo, mesmo que seja nova, e ficará as tardes na cadeira de balanço sob a varanda da entrada, com uma 12 na mão. Mas isso não é uma verdade universal, como o tempo demonstrou.

Como sabemos, as crianças podem brincar com os sonhos de Rilleh, o que dorme, por serem mais versáteis em termos do que é realidade, e do que não é. Quando essas mesmas crianças passam na universidade, compram seu primeiro carro e dão entrada num consórcio da casa própria, aos 18 anos nos países desenvolvidos ou aos 34 nos países do terceiro mundo, as obrigações e a declaração anual do imposto de renda, bem como a revolta com a política, as discussões sobre socialismo em mesas de bar e outras coisas, simplesmente enterram a criança que cada um trás dentro de si.

É como se o desejo de manter tudo que você nunca quis, conquistado com um sacrifício que a sociedade te obrigou a prestar, fosse suficiente para que você apenas não deseje que nada mais mude, e pronto. Mas isso não é para todos os adultos. Astros do rock, jogadores de futebol, poetas, artistas livres em geral, podem lutar contra a compulsão do sonho de Rilleh e interagir um pouco com a nova ordem mundial, que já nem é tão nova. Sem essa exceção às regras, não seria possível a sociedade ter os Pokéthulhulogistas, a ciência dedicada a criar medicamentos, enciclopédias e toda uma mídia à partir destes novos habitantes da Terra. 

Mas como todo buraco, dá para ir além. Há ainda aqueles que são completamente loucos, coisa que só vilões do Batman ou a Britney Spears podem entender, e estes, não apenas estão livres dos controles de Rilleh, como podem desafiá-los, controlar Pokéthulhus e, num caso particular, até mesmo se alimentar deles. É o chamado devorador de deuses, um bruxo, um louco, um cantor pop, que dá susto no medo, e deixa insanas as mesmas criaturas enlouquecedoras que dormem e sonham nossa realidade. 

Neste exato momento, um destes loucos, O Louco, um antigo devorador, agora também devorador de deuses, observa e é observado por um Téntátônix Mínnion, uma versão ainda gigante da serpente de pedra gigantesca, com infinitas cabeças formadas por serpentes insanas. 

Mínnions não são menos poderosos que os deuses consciêntes, os cinco que habitam o nosso mundo e são capazes de falar, eles apenas estão limitados na questão da comunicação, pois são capazes apens de repetir seus próprios nomes como "fala". 

A criatura selvagem desconhecia quem era o adulto que a encarava e, erroneamente, buscou enlouquecê-lo com seu olhar insano e posições não euclidianas. Adultos formam ótimos lanches pelas tardes, pensava a Mínnion, pobre criatura. O homem apenas a olhou de volta, com um sorriso suspeito, e então, quando a criatura mergulhou sobre ele, ao invés de esmagá-lo, para sua própria surpresa, foi atraída para dentro do corpo do estranho. A imagem de algo do tamanho de um ônibus ocupando algo que nem sequer é um ser humano grande ou alto, é quase incompreensível para a mente humana, mas foi a criatura que teve medo, horror e então, nada. Pouco além a placa da estrada apontava: Sharnoph Reef estava há menos de um dia, e lá, um Dolet consciente para sobremesa o aguardava...

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