Pokéthulhu, o devorador de deuses - prólogo

No âmbito puro de fazer mais dinheiro, e de vender continuações que são a extrapolação sem sentido de ganchos acidentais, e com muito orgulho, apresentamos a continuação mais pedida da novela mais maluca que este que voz escreve já produziu, Pokéthulhu, o Retorno. Ou Pokéthulhu, a continuação, ou, como quero chamar esta novela, Pokéthulhu, o devorador de deuses...

Flor de Kactus estava feliz da vida, havia acabado de comprar sua nova sandália, bolsa e vestido combinando. Já fazia três anos que sua condição real lhe tinha sido revelada, mas a cada vez que passava seu cartão, era como se fosse a primeira vez que podia fazer comprar sem ter um olhar atravessado de alguém que a julgava pelas suas escolhas. Ao seu lado, Leah estava saltitando de alegria. Ela era namorada de Flor de Kactus, já faziam três anos que estavam juntas e felizes, vagando pela Bahia sem nome, comendo, coletando deuses de bolsos e adorando a criaturas que a simples visão pode fazer alguém perder a sanidade e procurar um emprego concursado no Banco do Brasil, sem querer nada além que o relógio dê cinco horas e possa ir para casa, onde verá a novela e os jornais e a novela depois dos jornais.

As duas estava saindo do cinema, onde viam uma adaptação para as telas grandes de suas vidas de três anos atrás. Flor não ocultava a alegria de ser interpretada, ao mesmo tempo, por Leonardo Di Capprio, numa parte do filme e por Jessica Alba, na outra. Leah foi interpretada por Scarlet Johanson, e a mão de Flor, algo que a deixou perversa e particularmente feliz, por Lindsey Lohan. Berto foi interpretado pela mesma macaca que fez a Xiita em um filme recente do Tarzan, mas as duas ignoraram isso, e para falar a verdade, nem a macaca gostou muito de fazer o papel de Berto. 

A vida era uma maravilha, para a duas maestras de ginásico de New Sunnit, onde um gigantesco templo, seguido de perto por uma igreja universal em tamanho, era visitado diariamente por legiões de candidados a desafiá-las e/ou namorá-las. Flor e Leah ignoravam o fato de terem sido eleitas por três anos seguidos como as adolescentes cultistas mais mal vestidas de sua cidade, para elas, falem mal ou falem bem, mas falem delas. 

Com tudo correndo bem, e todos felizes, restava uma pergunta, há espaço para um desafio, continuação ou qualquer exploração dessa nova saga? O segundo capítulo nos dirá...

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