Prólogo: Os heróis de Zorgoth

A espada zunia no ar conforme os golpes eram deferidos com velocidades impressionantes. A cada golpe, um sangue negro e fétido espirrava para todos os lados, e a criatura, gigantesca como dez homens, estava agora apoiada em seus joelhos e sofria de dor a cada golpe que lhe arrancava a carne. Mas ela ainda estava viva, e não se deixaria morrer, afinal, ela era um deus guerreiro, e estas batalhas estavam em seu coração. Com um poderoso golpe arremessou o homem envolto em latas contra as paredes de seu castelo, com um urro poderoso derrubou ao longe aquele que parecia ser o mago e num pensar ligueiro, dardos mágicos, esferas flamejantes e flechas mágicas, constituídas de ácido puro disparavam contra o pagão do outro lado do salão. Houve explosão e aquele homem também tombou. Havia mais um, mas ele não conseguia achá-lo. Zorgoth, o deus monstro olhou ao seu redor, e esboçou levantar-se, foi quando Otomo, o descendente da raça semi extinta de humanos, vindos do oriente distante, caiu sobre ele, e num berro histérico invocou o poder do dragão e um raio de um amarelo vibrante e poderoso explodiu na cara de Zorgoth, cegando-lhe um dos olhos para sempre, além de qualquer magia, rasgando-lhe o peito e atravessando a coxa de sua perna ainda dobrada pelos golpes de Kraugsten.

Dancan também já havia se recuperado do golpe sofrido e num manear de cabeça, Otomo soube e desapareceu novamente, teleportando-se com sua arte ninja para longe, enquanto cones de gelo, muralhas de chamas e relâmpagos explodiam juntas sobre Zorgoth, tombando-o para o outro lado da câmara. O nariz de Dancan sangrava cântaros pelo esforço, mas ele não poderia cessar de conjurar magias atras de magias, manter a criatura aturdida para os outros poderem matá-lo. Num teleporte e surge sobre a criatura, a dez metros de altura, a tempo de assistir sua localização anterior ser destruída por uma estrela cadente, era a vez de Dancan novamente, e choveram sobre a criatura dezenas de flechas ácidas, relâmpagos, dardos místicos e um poderosa bola de fogo, mas Dancan não tinha tempo de assistir a explosão, e num novo teleporte, surgiu ao lado de Kraugsten, levantando-se de mais uma ressurreição que lhe abençoava o escudo da fênix.

Os danos mágicos não eram nada para Zorgoth além de incômodos, interrompiam seu pensamento e o distraiam, então ele desejou que o mago perdesse todos seus poderes e foi atendido. Desejou a morte do guerreiro maldito, e foi atendido. E ia desejar que o escudo maldito da fênix sumisse, quando um novo raio amarelo e poderoso surgia do chão, rompendo-lhe o couro de seu queixo, explodindo um par de dentes e arrancando-lhe a língua, para sempre. A criatura urrou e assustada manqueteou para trás. Sua poderosa cauda chicoteou o ar de onde havia vindo o golpe, mas era tarde, Otomo já havia sumido dali novamente. Zorgoth contudo não sabia do quanto este poderoso golpe o drenava, e agora ele estava quase morto, ao lado de fora do templo, torcendo secretamente que não precisasse mais usar este poder benção e maldição que possuía.

Dancan sacando pergaminhos mágicos preparados para isto de sua algibeira, desejou seus poderes mágicos de volta, desejou Kraugsten e Incligan o clérigo renovados e descansados como se acabassem de despertar de longas férias, e desejou que a criatura esquece todas as magias que sabia. Então caiu exausto do próprio esforço.

A batalha com a criatura-deus-monstro ainda duraria mais duas horas. Inclingan atacando e curando-se alternadamente aos ataques de Kraugsten e sua fênix, mas eles estavam destinados a vencer e o fizeram. Os mesmos quatro que entraram na batalha contra Zorgoth e seus generais saiam agora, esgotados, mas vitoriosos, haviam salvo os velhos reinos esquecidos, mas sabiam que haviam matado mais um pouco da velha magia ancestral que ainda habitava aqueles reinos. Reinos antigos, exaustos das batalhas e distantes de seus deuses, de uma magia poderosa, mas pouca. Haviam ainda dragões, e Linches, e males, mas eram poucos e pouco interessantes. Havia ainda pelo que lutar, mas não para estes quatro heróis, devotados por toda sua vida a combater e vencer o deus monstro Zorgoth e sua legião de terror, um velho fantasma dos tempos da magia fluente e abundante da terra. Com seu fim, seus acólitos perderiam seus poderes, os monstros que sua vontade mantinha cativos estavam livres, mas desorganizados, não eram mais um exército, e sim um bando caótico, e que matariam a sí mesmos antes de poderem fazer algum mal a quaisquer outras criaturas.

Um ano mais tarde, a batalha ainda era cantada em estalagens e invejada por novos heróis, mas estes heróis épicos, vitoriosos, também haviam perdido algo ali naquela batalha, e hoje viviam reclusos em seus fortes, vendo os dias tornarem-se noites e as noites tornarem-se dias. A chama do desafio havia deixado de queimar sobre seus peitos. Kraugsten chegou a renunciar seu próprio forte e seguidores e foi viver com Incligan. Dancan estava semi louco e paranoico com uma possível volta da criatura e se isolara numa torre gigante e protegida por tudo que sabia de mágicas. As diversas ressurreições que havia atravessado cobravam seu preço e a sua saúde seria frágil para sempre, além de qualquer possibilidade. Foi quando Vectorius surgiu com sua cidade flutuante e ofereceu a eles um novo reino, um novo lar, onde poderiam ajudar a educar novos heróis, um reino que precisava destes heróis, pois era jovem, de magias abundantes e deuses caminhando entre mortais e alterando suas vidas por caprichos tolos. E algo acendeu no peito de cada um deles novamente… Eles iriam para este novo mundo, Arton, conhecer novos desafios, sorver da magia jovem e abundante, começar do zero para, quem sabe, serem importantes novamente um dia.

Comentários

Editora Delearte disse…
Que maravilha! Final feliz!!!

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