A minha guerra à tecnologia Update!

Algumas coisas realmente andam fora de propósito. E apesar dessa afirmação servir para tudo, neste caso, me refiro a tecnologia. Veja, eu sou um entusiasta de tecnologia, se você tem passado por esse blog, isso já deveria estar claro por agora. E como entusiasta eu compro, uso e me atiro sobre tudo que tenha luz própria e bateria. Mas isso não tem sido divertido como deveria ser...

Eu já fui um personal uma vez, não esse garotões bombados de academia, mas um personal PDA, dava aulas particulares de Palm e Windows Mobile por uma empresa que tinha esse mesmo nome, Personal PDA. E caso você esteja se perguntando o que é Windows Mobile, era assim que o Windows Phone era chamado antes do iPhone roubar a cena dos dispositivos móveis. Sim, já tinha telefones com Windows antes de 2007, quando surgiu o iPhone, aliás, não apenas ele, mas toda uma geração de aparelhos móveis existia, Palm, Symbian, BlackBerry e o Windows Phone.

De 2000 há 2007, quando esses aparelhos estouraram por aqui, havia uma batalha sobre qual plataforma era a melhor, e o mais incrível eram as funcionalidades que cada aparelho oferecia, copiar e colar, reconhecimento de escrita por uma caneta digitalizadora, câmera, gravadores e saídas de vídeo VGA. Eu até usava uma saída dessas no meu velho Palm Tungsten E para dar aulas, projetando a tela do meu Palm por um data show e mostrando, passo a passo, como eu fazia cada ação.

Depois do iPhone, todos os aparelhos foram perdendo a canetinha, e ficando digitais (no sentido das digitais pela tela), ganhando facilidades de usos, mesmo que isso significasse perder recursos. Se no passado, os aparelhos eram ilhas sem conteúdo, hoje as lojas virtuais fazem de cada um dos nossos smartphones um shopping em nossas mãos. 

Mas ao mesmo tempo que temos tantos conteúdos hoje em dia, também descobrimos muito facilmente, que não somos donos deles.

Recentemente meu AppleTV deu problema e parou de transmitir um filme do meu Macbook Air, simplesmente nada, às vezes conectava sem áudio, às vezes ele nem achava um ao outro na rede sem fio. "Sem problemas", pensei, ligo o MacBook no HDMI e vejo na TV! Mas eis que surge a mensagem da dona Apple avisando que o filme que comprei, devido à questões legais, não pode ser reproduzido na minha TV, ou em qualquer outra! "Para evitar pirataria e compartilhamento de conteúdo não autorizado", ótimo, mas esse filme é meu! Na minha TV! Na minha  casa! Ou é da Apple?

Eu sei, eu sei, você pode dizer que a Apple não sabe se o HDMI que conecto no laptop é mesmo da minha casa ou de um data show clandestino, onde armo um cinema ilegal. Relevo. Mas aí vem mais problemas: formatei meu Mac (pelos problemas com o AppleTV), e não fiz backup daquilo que estava no iPad por que afinal, músicas e fotos (quase 10GiB), já estavam no iPad, agora o iTunes não reconhece o conteúdo do iPad e pede para formatá-lo antes de sincronizar os dados com o laptop. Meus dados. Meu laptop. Ou não? 

Juro que nunca me senti tão refém de um sistema na minha vida quanto tenho me sentido agora. Nem minhas músicas, nem minhas fotos, nem ver meus filmes na minha TV, nada! Tudo aquilo que compramos na era digital atual, na verdade, não nos pertence, é um comodato, um leasing, com termos de uso tão longos quanto são grandes os programas hoje em dia (sério, um editor de texto para iPad tem 500Mb?). E eu nem sei mais para que afinal, manter ou comprar essas coisas, sabendo que elas nunca serão minhas de fato.

Update

Segundo uma matéria do Blog do iPhone, que me salvou a vida e o conteúdo digital do meu iPad, o programa iTools permite que você acesse o conteúdo bloqueado do seu iPad (com exceção de filmes), e possa baixá-lo no seu computador! Me salvou a vida.

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