Aparelhos & Devices
Semana passada tivemos o lançamento em softwares da Apple, no evento chamado de WWD (We Will Definitely Copy), onde a empresa de Cupertino apresentou suas soluções para o MacOS Yosemite e o iOS 8. E isso não é do que vou falar aqui, mas de algo que me lembrei sobre esses aparelhos e o fascínio que eles exercem sobre mim...
Ainda me lembro de 10 anos atrás, quando comprei meu primeiro Palm (o primeiro de muitos que eu teria), e da preocupação dos devices daquela época em serem os melhores em seus setores para gerir sua vida, seus dados, seus contatos, sua agenda de compromissos e suas tarefas, e de todo o descobrimento que foi aquele mundo. Um mundo onde os aparelhos tinham memórias pífias, mesmo para seu tempo, 4Mb, 8Mb, 16Mb, mas ao mesmo tempo, um mundo onde os devices, os aparelhinhos de bolso, eram com uma finalidade das mais nobres, gerir seu tempo e te ajudarem.
Hoje, presos a uma sociedade que nos devora o tempo e a liberdade, onde nos escravizamos voluntariamente no trabalho, apenas pelo dinheiro para comprar mais devices que nos farão trabalhar mais para sustentá-los, os devices mudaram totalmente de foco. Hoje eles são pontos móveis de entretenimento e diversão.
O foco do novo iOS, por exemplo, está na união (cópia) das soluções de outros aplicativos que já existiam em separado, por exemplo o finder, o Windows Explorer (não confundir com o navegador Explorer), na nuvem. Exatamente como faz o Dropbox. Ou a união de soluções de mensagens em grupos, com alertas e teclados de ícones engraçadinhos, como faz o WhatsApp, agora numa versão para o gueto Apple no iMessagem, mas sobre tudo, nas engines, softwares que são motores para algo, de gráficos, que ao mesmo tempo que devoram sua bateria cada vez mais rápido, te dão jogos cada vez mais realistas e mais rápidos para seus aparelhos.
Hoje, vivemos a dualidade onde, podemos jogar os jogos mais incríveis em nossos celulares, com resolução muito superiores às médias das TV's e monitores, mas temos que fazer isso à noite, ou ficamos sem bateria antes da hora do almoço, e aí, não importa mais se temos dados nas nuvens ou mensageiros de texto melhores, pois eles estarão tragados pelo vórtice da falta de energia.
Eu já escrevi um dos meus livros inéditos (ele foi lançado, apenas nunca foi lido por ninguém), inteirinho, num Palm, usando aquela canetinha mágica. A Apple, verdade seja dita, também é uma das poucas empresas que te habilita, de fábrica, a criar apresentações para serem feitas diretamente do seu iPad, mini ou não, mas ao mesmo tempo é a única fabricante de celulares que só te dá 100% dos recursos do aparelho, se você mantiver um "desktop" associado à ele, através do iTunes, para transferência de músicas, filmes e, claro, joguinhos.
Mas sobre tudo, o que eu reclamo desses novos devices, é como se tornaram centrais de vendas, gigantescos shoppings, onde cada aplicativo e cada função tem uma loja dedicada. Cada jogo tem extras vendidos à parte, cada leitor de livros tem uma livraria associada, cada player de música tem uma MegaStore junto. É tanto o ruído pela venda que os fabricantes deveriam, de verdade, dar logo os telefones para todos. Afinal, o lucro que se faz com essas vendas é algo incomparável ao lucro individual de cada aparelho.
Evidente que esse meu texto não é meramente nostálgico, mas também uma manifestação de susto com a fatura do meu cartão de crédito, sem perceber, caí na armadilha do "isso é só um dólar" e agora devo meu mês de maio de trabalho, integralmente, à Apple e suas associadas. Quando deixamos que os devices regessem nossa vida, e quando deixamos que eles fossem toda nossa salvação e entretenimento, uma fuga da vida real, para uma tela no centro da palma da nossa mão?
Hoje andamos curvados, reverenciando o aparelho de nossos bolsos, e suprimindo frustrações atirando pássaros em porcos. Nem George Owell poderia prever esse Grande Irmão, vindo daqueles mesmos que em 1984, atiraram um martelo no Big Brother.
Ainda me lembro de 10 anos atrás, quando comprei meu primeiro Palm (o primeiro de muitos que eu teria), e da preocupação dos devices daquela época em serem os melhores em seus setores para gerir sua vida, seus dados, seus contatos, sua agenda de compromissos e suas tarefas, e de todo o descobrimento que foi aquele mundo. Um mundo onde os aparelhos tinham memórias pífias, mesmo para seu tempo, 4Mb, 8Mb, 16Mb, mas ao mesmo tempo, um mundo onde os devices, os aparelhinhos de bolso, eram com uma finalidade das mais nobres, gerir seu tempo e te ajudarem.
Hoje, presos a uma sociedade que nos devora o tempo e a liberdade, onde nos escravizamos voluntariamente no trabalho, apenas pelo dinheiro para comprar mais devices que nos farão trabalhar mais para sustentá-los, os devices mudaram totalmente de foco. Hoje eles são pontos móveis de entretenimento e diversão.
O foco do novo iOS, por exemplo, está na união (cópia) das soluções de outros aplicativos que já existiam em separado, por exemplo o finder, o Windows Explorer (não confundir com o navegador Explorer), na nuvem. Exatamente como faz o Dropbox. Ou a união de soluções de mensagens em grupos, com alertas e teclados de ícones engraçadinhos, como faz o WhatsApp, agora numa versão para o gueto Apple no iMessagem, mas sobre tudo, nas engines, softwares que são motores para algo, de gráficos, que ao mesmo tempo que devoram sua bateria cada vez mais rápido, te dão jogos cada vez mais realistas e mais rápidos para seus aparelhos.
Hoje, vivemos a dualidade onde, podemos jogar os jogos mais incríveis em nossos celulares, com resolução muito superiores às médias das TV's e monitores, mas temos que fazer isso à noite, ou ficamos sem bateria antes da hora do almoço, e aí, não importa mais se temos dados nas nuvens ou mensageiros de texto melhores, pois eles estarão tragados pelo vórtice da falta de energia.
Eu já escrevi um dos meus livros inéditos (ele foi lançado, apenas nunca foi lido por ninguém), inteirinho, num Palm, usando aquela canetinha mágica. A Apple, verdade seja dita, também é uma das poucas empresas que te habilita, de fábrica, a criar apresentações para serem feitas diretamente do seu iPad, mini ou não, mas ao mesmo tempo é a única fabricante de celulares que só te dá 100% dos recursos do aparelho, se você mantiver um "desktop" associado à ele, através do iTunes, para transferência de músicas, filmes e, claro, joguinhos.
Mas sobre tudo, o que eu reclamo desses novos devices, é como se tornaram centrais de vendas, gigantescos shoppings, onde cada aplicativo e cada função tem uma loja dedicada. Cada jogo tem extras vendidos à parte, cada leitor de livros tem uma livraria associada, cada player de música tem uma MegaStore junto. É tanto o ruído pela venda que os fabricantes deveriam, de verdade, dar logo os telefones para todos. Afinal, o lucro que se faz com essas vendas é algo incomparável ao lucro individual de cada aparelho.
Evidente que esse meu texto não é meramente nostálgico, mas também uma manifestação de susto com a fatura do meu cartão de crédito, sem perceber, caí na armadilha do "isso é só um dólar" e agora devo meu mês de maio de trabalho, integralmente, à Apple e suas associadas. Quando deixamos que os devices regessem nossa vida, e quando deixamos que eles fossem toda nossa salvação e entretenimento, uma fuga da vida real, para uma tela no centro da palma da nossa mão?
Hoje andamos curvados, reverenciando o aparelho de nossos bolsos, e suprimindo frustrações atirando pássaros em porcos. Nem George Owell poderia prever esse Grande Irmão, vindo daqueles mesmos que em 1984, atiraram um martelo no Big Brother.
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