Sucessos e Caça Níquéis



Desde que o mundo é mundo, algo faz sucesso e uma centena de pessoas tentam pegar carona nessa "vibe" e lançam produtos similares, basta ver a onda zumbi recente. Zumbilândia, a reedição de madrugada dos mortos, meu namorado é um zumbi, World War Z e uma centena de outros títulos surgindo ao redor da invasão zumbi promovida pelo Walking Dead.

No passado, a "vibe" eram os vampiros. Entrevista com o Vampiro, com Tom Cruise e uma Kirsten Dunst recém saída do Jumangi, (ou foi antes), lançou no Brasil uma moda incrível sobre os elegantes morto vivos parasitas da sociedade. Num país onde as pessoas lêem e entre aqueles que fazem isso por aqui, Anne Rice virou sinônimo de livros sendo lidos simultaneamente. Isto é, você pega um ônibus e tem alguém lendo. Pega o metrô e tem alguém no próximo, seus colegas do trabalho estão lendo outros e na sua casa, você conta outros tantos leitores aqui e ali.

O interessante é que bons filmes até conseguem influenciar (e melhorar) os hábitos de leitura nestas terras. Me lembro da moda do Harry Potter, que era uma corrida ler os livros de J. K. Roling antes dos filmes sairem, e que alguém podia ler toda a obra, salteada feito bingo, só por cima dos ombros alheios, por que em diferentes momentos, mas parecia que todos estavam lendo Harry Potter! Outro exemplo?

Dan Brown fez pela leitura no Brasil, mais que qualquer autor brasileiro. Meu Deus, me lembro das corridas que eram para conseguir seus livros ao redor do início da década passada. Fortaleza Digital, A Conspiração, Ponto de Impacto e, claro, Anjos e Demônios e o Código Da Vinci. Simplesmente todos que eu conhecia estavam em um dos seus livros.

Por fim, claro, os filmes de O Senhor dos Anéis despertou uma legião de leitores que se jogaram no mundo de fantasia medieval do autor, trazendo finalmente uso para aquelas leituras que já havia feito no início dos anos 90, que eu fiz por outra moda, uma muito, mas muito mais de nicho, o RPG.

Esses sucessos literários têm efeitos engraçados nas editoras, que aproveitam que um tema está na moda, e passam a lançar centenas de milhares de obras similares e variações do mesmo tema, na esperança que aquele "gostinho de quero mais" ajude a vender outros livros. Estas formas de lançamentos satélites, em geral, são conhecidas como Caça-níqueis, obras lançadas para ver se colam, e se colarem, beleza. Quem lembra dos livros "Quadriboll" ou "bestiário de Harry Potter"? Ou ainda "Diário de um Semi-Deus", do mundo de Pierce Jackson criado por Rick Riordan?

Mas é claro que esses lançamentos de "porcariadas" têm um benefício, além do financeiro para as editoras. Servem para lançar autores novos. As editoras, na busca de mais conteúdo que está na moda, olham para novos autores, cientes que seus escritores "de ponta" estão saturados, em turnê de autógrafos, escrevendo os próximos livros ou escalando o Kilimanjaro.

E dentre um universo de bugigangas, alguns escritores se destacam, e passam a ficar ao redor, e produzem seus próprios Best-Sellers.

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