Quadrinhos nacionais

Tenho lido muitos quadrinhos japoneses, como os leitores atentos desse blog devem ter reparado pelos reviews que escrevo. A qualidade das histórias é tão impressionante como o talento de cada um dos artistas japoneses que tenho lido, mas cada vez que vou às bancas, olho por alto todos os quadrinhos ali à venda, e me lembro com saudades, de um tempo que houve quadrinhos brasileiros perfilados lado a lado com as histórias estrangeiras.

Por isso, quando soube do Catarse.me, que um grupo de desenhistas e roteiristas de quadrinhos, brasileiros, estavam pedindo por financiamento para uma obra made in Brazilis, eu não resisti à financiar.

Já falei por aqui sobre minha crença em um "Círculo Virtuoso", onde a demanda gera talentos, que geram demanda, que geram novos talentos. Sejam produtos, livros, jogos de computador ou histórias em quadrinhos, ter algo brasileiro no meio daquilo tudo é bom apenas para nós mesmos. Num país que depende tanto de indústria internacional e que está às vésperas de uma crise, ou dialogando com a crise, como a mídia gosta de dizer, ter produtos nacionais é blindar o país contra flutuações de investimentos estrangeiros. Além de ser bom pra caralho ler, ouvir e brincar em produtos que você sabe que foi um brasileiro que fez, gente como a gente.

Houve uma época que o Brasil ensaiou uma virada com os quadrinhos. Houveram os desenhos no estilo gringo, com Marcelo Cassaro encabeçando uma lista de gênios brasileiros Gregório, J. M. Trevisan, André Vázzios, Joe Prado, Roger Cruz, que publicaram entre tantas histórias UFO Team que rendeu uma série de histórias derivadas, como o Capitão Ninja ou a Killbite. Aliados ao Marcelo Del Debbio histórias de anjos e demônios também ganharam suas histórias nas publicações Godless.

Depois veio a fase mangá, que é igualmente linda, com Holy Avenger, único título nacional a ficar mais de dois anos mensalmente na banca, sem atrasar, sem sumir pela metade, sem falha alguma. Com a Érica Avano e, de novo ele, Marcelo Cassaro, conduzindo uma revolução incrível.

Não obstante isso, entre os desenhistas e quadrinhistas que figuram entre o álbum A Ordem, há desenhistas da Marvel, da Zinescospe e outros estúdios gringos. Não é possível que aquilo que os gringos gostem não podem agradar à nós. Eu estou ansioso. E você, não quer colaborar? Corre lá no Catarse e ajude também.

Para ajudar: http://catarse.me/pt/albumdqb?ref=twitter

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