Obsolescência Programada: Internet 2

Não queria deixar o texto de ontem muito largo, então o reparti em dois, mas claro, tenho mais alguns pitacos para dizer sobre obsolescência programada.

Se você já viu o fantástico documentário no YouTube, da TV Espanhola dando ao volta ao mundo para provar o conceito de "fazer os produtos durarem um pouco menos, com alguns recursos à menos a cada linha, para forçar o consumidor a desejar algo novo", você sabe que a Apple já foi processada por obsolescência programada, e perdeu o caso: seu iPod's tinham uma bateria soldada às placas do aparelho, feita para durar exatamente a garantia + 1 mês. 19 meses, numa garantia de 18 meses. 

Depois, com a administração do Jobs se ajustando à realidade de sua volta à empresa, seus produtos entraram num círculo virtuoso, colhendo os frutos de um produto feito num ecossistema fechado, hardware e software proprietários, mas com uma vantagem. Os updates e atualizações eram válidos por famílias e famílias de produtos. Quem tem um iPhone 3GS ou iPhone 4 sabe do que estou falando. Eles só foram perder as duas ultimas atualizações de software, dentre tantas que sairam desde o iOS 4 que rodava no iPhone 3GS. 

O mesmo para os computadores da empresa de Copertino, antes excludentes e pagos, os novos sistemas operacionais passaram a abarcar toda a família de produtos. E isso foi muito legal no início, uma máquina de 2009 rodando a versão mais atual do sistema operacional, 10.10, Yosemite? Claro! Ótimo!


Mas então, Steve Jobs foi dessa para uma melhor, Tim assumiu a empresa, e algumas coisas parecem ter saído do lugar. Os últimos updates removem recursos e funcionalidades dos aparelhos. A última atualização do AppleTV removeu compatilibilidades com meu iPod touch 2nd gen. E tem quem fale: "mas e dai? Era um ipod velho mesmo!", sim, era, mas funcionava ontem, hoje deixou de funcionar, por que algum gênio quis assim. 

Assim como a internet vai ficando mais complexa, o ecossistema entre computadores, até mesmo os de uma mesma família de produtos, vai se tornando mais complexo. Mas não é só isso, é a pressão para levar consumidores à lojas. A pressão para criarem aquele recursinho de software incrível, que só a família nova terá, mesmo sem nenhuma limitação prática para a família antiga rodar a novidade. É uma máquina invisível de nos fazer comprar. E estou um pouco farto desse círculo vicioso... 

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