Resenha: Perdido em Marte

Comprei esse livro pela capa. E as pessoas já diziam que a capa que vende um livro, estão certas. E o livro, da capa à contra capa, não parou de me surpreender. A história: a terceira missão à Marte, tripulada, no seu sexto dia tem que interromper tudo que estão fazendo e por sebo nas canelas, pois uma tempestade de areia pode derrubar o foguete que liga eles do planeta à nave maior, capaz de trazê-los à Terra em meros 12 meses. Um dos homens é atingido por uma antena da própria base e dado como morto, a tripulação, sem tempo de buscá-lo no caos de areia no ar, e com a nave de retorno (VAM) quase caindo pelo vento, não tem outra alternativa a não ser ir embora.

A narração em primeira pessoa é um desafio, ou é ótima ou é péssima. Não existe café com leite em primeira pessoa. Já no primeiro capítulo, vi que o autor sabia o que fazia, num excelente estilo diário de sobrevivência, o suspense aparece, mas não é forçado e não há deslizes nos tempos verbais só para criar esse suspense. O livro terminou de me conquistar ainda no primeiro capítulo.

O livro não é inteiro em primeira pessoa, depois de alguns dias (Sois como são chamados os dias lá), a narrativa corta para a NASA, e o show de bastidores de lançamentos, programas espaciais e cooperações internacionais é deslumbrante. Por fim, há uma terceira narrativa, descritiva, que explica os fatos científicos, pegando os mais leigos dos leitores e conduzindo-os pelas mãos, sem aborrecer os que já sabem um pouco mais de ciência. Tudo muito bem ponderado.

Aliás, o embasamento científico desse livro é pesado, não espere alienígenas ou vírus mortais ou outras coisas da famosa fantasia espacial, é pura ciência real (ok, uma ou duas licenças poéticas, cof, cof... oxigenizador, cof... cof...), e um livro onde um engenheiro mecânico é o herói e protagonista! Como não amar um livro desses?

Apenas na segunda orelha, a da contra capa, que eu soube que o livro já está sendo adaptado para o cinema, e segundo a orelha, Matt Daemon já assinou com o filme! Será um baita filme, mas esses filmes de isolamento, não sei, Tom Hanks não parecia uma escolha mais acertada? Outra pequena crítica minha é por conta do nome em português, The Martian, no original era um trocadilho ao terrestre condenado à viver em Marte, Perdido em Marte sugere que alguém não apenas ficou para trás, como não tem ideia de onde está, e com uma missão Marte bem embasada, perdido era a única coisa que ele não estava.

Esse é o primeiro livro de Andy Weir, programador, e que debute nesses suspense científico que já vai ganhar as grandes telas? Andy é programador na vida real, nerd, e claramente jogador de RPG. Não é difícil imaginar que Mark, o personagem, seja um alter ego de si mesmo...

Para comprar o livro: http://www.saraiva.com.br/perdido-em-marte-uma-missao-a-marte-um-terrivel-acidente-a-luta-de-um-homem-pela-sobrevivencia-8164096.html

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