Resenha: E se?



O livro busca responder de forma científica, formal, às perguntas mais variadas propostas por leitores, perguntas que vão desde, o que aconteceria se a Terra parece de girar repentinamente, mas tudo sobre sua superfície não?, a até perguntas sobre computação e inteligência artificial. Essa pergunta, particularmente, me deu uma visão incrível sobre algo tão básico que ainda falta à inteligência artificial: Poder descritivo. E um pouco de pensamento abstrato.

No livro, o autor desafias as pessoas a verem uma imagem muito simples e compreenderem o contexto através dessa imagem:



Na imagem, algo que é evidente para seres humanos: a criança quebrou um vazo com o laço, enquanto brincava de caubói, está sendo repreendida pelo pai, e um gato está investigando o que causou o barulho.

Para um computador essa imagem, com traços de pauzinhos, ainda é um mistério insolúvel, onde na melhor das hipóteses, ele advinha que se trata de um desenho, mas o que ele representa, ele não sabe. E não está programado para saber.

A Revista INFO de novembro de 2014 publicou ainda um artigo muito interessante, a entrevista exclusiva com um computador que enganou o teste de Turing. O teste de Turing consiste numa entrevista Duplo Cego, onde entrevistadores dialogam com crianças através de um sistema de som, como um telefone, a criança não sabem quem o está entrevistando, o entrevistador não sabe quem está entrevistando. São oito crianças, nove pesquisadores, e um robô, fingindo ser uma das crianças. E pela primeira vez, o robô fingiu ser uma das crianças com perfeição. Emulando até a demora nas respostas, perdendo o fio da meada no meio da resposta.

Mas nem isso é considerado inteligência artificial, por que o robô foi programado para errar perguntas, evadir respostas que denunciariam uma inteligência superior, e ter demoras nas respostas. Ele não o fez com um propósito próprio, algo natural, mas o fez por que foi desenhado e programado para ser assim. E provavelmente, ele não iria compreender essa figura.

Para conferir a entrevista, acesse o link: http://info.abril.com.br/noticias/ti/2014/11/cale-a-boca-humano-uma-entrevista-exclusiva-com-o-primeiro-robo-a-passar-pelo-teste-de-turing.shtml

À título de informação, a pergunta original no livro E se? Que levou o autor a fazer esse desenho era: 

Quanto poder computacional teríamos se toda a população do mundo parasse o que está fazendo agora e começasse a fazer cálculos? Qual seria a diferença entre essa potência e a de um computador ou smartphone atual? (Mateusz Knorps).

Parte da resposta é:

“Segundo o cientista Hans Moravec, um ser humano que faça à mão, com papel e caneta, cálculos de benchmark aplicados à chips de computador consegue desempenhar o equivalente a uma instrução completa a cada 1,5 minuto.

Seguindo essa medida, o processador de um celular de preço médio conseguiria fazer cálculos setenta vezes mais rápido que toda a população do planeta. Um chip de um PC novo de última geração aumentaria essa proporção em 1500.”

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