Do fechamento de grande empresas


Este post não tem viés político. Vamos colocar isso em primeiro lugar. Em segundo lugar, como falei ontem, o país esta enfrentando uma recessão e isso também não esta em julgamento aqui. A indústria automotiva, a construção civil estão sim, enfrentando alguns dos seus piores anos históricos e o Brasil voltou a números, PIB, desemprego, valor do Real em relação do dólar, nos valores de 2002, em outras palavras, retrocedemos.

Mas recentemente, deve um mês, que a página Spotniks publicou sobre o fechamento de grandes empresas no país com certo alarde e um inevitável tom político. Pois bem, nem tudo é só política por aqui.

Dentre as empresas que estão listadas, posso comentar sobre aquelas vinculadas ao mercado automotivo e de bens de consumo. Empresas que tiveram anos de IPI reduzido, que tiveram uma explosão de vendas com os anos iniciais do governo Lula quando nunca se vendeu tanto carro e geladeira, empresas que tiveram todas as oportunidades do mundo de se modernizarem, mas que mesmo nos dias de hoje, ou antes de fecharem, visita-las era uma visita ao passado, uma repartição pública com luzes apagadas e móveis da década de 60 e computadores antigos. 

Empresas para quais apresentei produtos de inovação, o PLM (Product life-cycle Management), as impressoras 3D, e seus ganhos e benefícios para a produção. Empresas que ofertamos todas as formas de aquisição, aluguel, prestação de serviços, mas das quais, raramente passávamos da primeira reunião, de uma cotação ou duas sem respostas. 

Não sei julgar por que optaram por não adotar medidas para aproveitar todo o lucro dos período de bonansa para quando os ventos abrandacem, e não estou aqui para fazer isso, o que eu sei, é que essas empresas deliberadamente não criaram preparativos para quando o IPI reduzido foi retirado, e nem para quando as vendas começaram a cair.

Com a certeza que soluções de PLM eram muito caras, e que impressoras 3D desnecessárias (mesmo quando o dólar estava a R$ 1,60), estas empresas foram até o final dos seus dias com um parque CAD misto, com processos manuais de validação de conceitos e processos, e nunca, nunca aceitaram fazer um piloto, uma prova de conceito ou mesmo compraram uma prestação de serviço sem que chorassem e expremessem ao máximo o fornecedor, ao ponto de inviabilizar empresas prestadoras de ponta de prestarem seus serviços, relegando a tarefa a empresas menos capacitadas ou grandes empresas a usarem mão de obra menos capazes, sempre com o conhecimento e aceitação dos clientes.

A questão é reclamar da China e da Crise é de graça. Investir custa dinheiro.

Mais cedo ou mais tarde o país vai sair da crise. O Japão sobreviveu a duas bombas atômicas, a Alemanha a duas guerras, os Estados Unidos à grande depressão. A Argentina está se recuperando do Default Técnico das suas dívidas. Nós também vamos sair da crise. Mas quem vai sobreviver? A verdade é que sobreviverão aqueles que investiram e se preparam durante a bonança, e isso é fato. O resto é a caça de culpados por aqueles que de fato fizeram tudo errado. 

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