Review: Seriado Scorpions


Aqueles que são frutos do início dos anos 80 devem ter assistido a um seriado chamado MacGyver, a história de um agente especial especializado em criar armas com lixo. De certa forma, foi um dos pioneiros da cultura geek, hacker, DIY e quaisquer outras siglas modernas para inventor doméstico profissional.

O seriado, que foi ao ar de 1985 à 1992, acompanhando as aventuras de Angus MacGyver (mais escocês que isso, impossível), é um agente especial chamado Troobleshooter, um solucionador de problemas da Agência Fênix, ligada à diversos órgãos do governo americano. O seriado que teve uma base leal de fãs deixou saudades e produziu a expressão "fazer o MacGyver", que significa solucionar um problema de forma improvisada, ou com recursos limitados.

Dizem que o seriado em sí foi uma encomenda das universidades de exatas norte americanas, engenharias, física, matematica, química, para atrair mais público, numa época de explosão de advogados e administradores.

Anos depois, em 2015, o que vemos virar o show número 1 das segundas feiras é um seriado chamado Scorpions, ou melhor, </scorpion>, um seriado criado em outubro de 2014 para narrar aventuras fictícias de Walter O'Brien, um dos quatro grandes gênios da nossa era, com um QI de 197, e sua equipe de especialistas também de alto QI, e assistência humana e social, Page.

Ao longo do seriado, diversas soluções químicas, físicas e muitas de hacker são demonstradas, para solucionar problemas para diversas agências do governo (embora a Scorpions esteja embaixo da divisão de segurança nacional, a agência atua com o FBI, CIA e militares).

Com personagens carismáticos, ainda que simplistas, com frequência ao longo do show os personagens enfrentam seus próprios estereótipos para se desafiarem a encontrar soluções fora de suas zonas de conforto.

Mesmo que o show por vezes tenha efeitos especiais pobres, a história é mais importante que isso, e o tom divertido que tudo é narrado torna os "defeitos especiais" suportáveis, mas sobre tudo, o show atrai o interesse de alunos para carreiras que novamente vêm se tornando menos glamurosas, como engenharias, químicas, matemáticas e enfim... Não por acaso, a Microsoft é uma das grandes apostadoras do show, com product placements gritantes em todos os episódios (Sylvester praticamente só opera por um Surface).

Em resumo, o show é divertido, não gera tensão entre seus episódios para saber o que irá acontecer, mas é muito gostoso para se assistir sem mudar de canal por causa de um comercial, deixando a audiência presa dentro do enredo, que por vezes se mostra sem solução, até uma resposta lógica surgir. E quem conhece ciências reconhece os truques usados, sem se sentir ofendido por simplificarem algo demasiado ou extraplorarem demais algo. Na prática, terminar de ver um episódio de verdade, dá vontade de construir algo, programar algo, criar algo, um sentimento fundamental numa era que estas ciências humanas voltam a parecer tão sedutoras, administração, advocacia, entre outras.

Comentários

Ianina disse…
E te deixam com vontade de, além de estudar ciências, ter um QI de 197, hehehe...

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