A origem do RPG


Muitas pessoas perguntam onde se originou o RPG. O de computador, é fácil, veio daquele jogado nos livros e mesas, com uma turma reunida, mas onde nasceu esse? Quem foi o primeiro maluco que falou, "Bom, meu personagem checa por armadilhas e passagens secretas, e aproveito para irritar o anão "Esse não era seu trabalho, baixinho?"". A resposta é simples.

Jogando uma partida de algo muito similar ao WAR, um jogo de batalhas entre exércitos e regiões, dois amigos que estavam se divertindo até a hora que um ganhou o jogo e o outro perdeu. Esse que perdeu falou "aposto que eu ainda venço você, mesmo com um só soldado ao invés de um exércio", e o outro, em tom de brincadeira, falou, tá bom, "Seu último território, Dudinca, caiu, mas sobrou um soldado lá ainda, o que ele faz agora?". E nascia assim, ainda nos tabuleiros, a primeira ideia de RPG.

Gary Gygax e Dave Arneson eram aqueles amigos, e publicaram a primeira versão do seu jogo, adaptado dos jogos de guerra para a fantasia medieval de Senhor dos Anéis, paixão daquela época onde cópias piratas do livro de J. R. R. Tolken circulavam por um dólar pelos campi universitários, nascendo assim o Dungeons and Dragons, nada mais que Masmorras e Dragões, em 1974.

Em 1977 o jogo já dominava a indústria norte-americana, ao ponto que seus criadores fundaram uma editora, a TSR e criaram duas versões do seu jogo, um para iniciantes, que ia do primeiro ao quinto nível apenas, chamado de Dungeons and Dragons, e um, com mais regras, mais personagens, mais profissões e mais raças, capaz de ser jogado do primeiro ao vigésimo nível, chamado de Advanced Dungeons and Dragons. Foi este livro, na sua terceira edição, que uma editora brasileira traduziu e trouxe para o Brasil, o AD&D da Abril Jovem, de 1994.

Infelizmente, como tudo no mundo, o cenário medieval acabou cansando, as regras evoluíram até a loucura da complexidade, e novos sistemas de jogos nasceram e foram dividindo esse mercado. Por fim, a TRS foi comprada pela empresa que produzia jogos de cartas, Wizard of the Coast, a mesma que produzia e vendia jogos como Magic The Gathering e Pockemon, o jogo de cartas. No Brasil, a Abril Jovem não viu os lucros esperados deste mercado e vendeu os direitos do jogo à Devir, que os mantém até hoje.

Em 1999, o AD&D voltou a ser chamado de D&D, 3a edição, logo viria a edição 3.5, com 70% mais regras de combate, a 4.0, que fracassou em vendas, e hoje, há quase dois anos, a Wizard of the Coast está reescrevendo o sistema de regas do jogo, para uma futura 5a edição, simplificada e mais relacionada com as raízes do jogo.

No Brasil, editoras e autores brasileiros produziram seus próprios sistemas de jogos, suas próprias regras e livros, e lançaram ao mercado editorial diversos autores. Uma das características do RPG, inclusive, é lançar autores e escritores, pela forma como estimula a criatividade de seus jogadores. Mas os jogos brasileiros são assunto para outro dia...

Comentários

Editora Delearte disse…
Eu só sei que como newbie, estou adorando!!!

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